Renato Aragão reuniu os seus 57 anos de carreira em livro, lançada nesta terça-feira (5), na Livraria da Travessa, no BarraShopping, Zona Oeste do Rio. "Renato Aragão - Do Ceará para o coração do Brasil" reúne desde o começo da trajetória, em Fortaleza, até a fase de outro do programa "Os Trapalhões", nos anos 1980, na Globo, passando pelo sucesso no cinema até a estreia no teatro, aos 79 anos, em 2014. "Esse era o momento certo para lançar. Tinha muita história para contar. Foram seis meses de pesquisa e entrevistas: sábado, domingo, feriado. E saiu como eu queria", vibrou o humorista de 82 anos, ao Purepeople.
A carreira do criador de Didi, que voltou ao ar em nova versão de "Os Trapalhões", não ficará apenas na biografia escrita pelo crítico de cinema Rodrigo Fonseca. "Um não sei, mas um bom filme dá. Mas, deixa eu descansar um pouco", ponderou. "Eu mesmo me interpretaria (risos). Até mais jovem", completou o humorista, vítima de infarto em 2014. "Hoje em dia tem maquiagem, tem computador que resolve tudo. Começava de bebê, depois ajoelhado para mostrar criança e aí ia levantando", planejou. "Vem um filme por aí, mas não posso falar mais", acrescentou, rindo.
Se antes o humorista já chegou a evitar ver cenas de beijo da filha caçula na TV, a situação agora é outra. "Não tem mais isso de ciúme com a Livinha. Agora é com ela", garantiu Renato. Durante o lançamento do livro, Lívian se reencontrou com o ex-namorado Nicolas Prattes, que exaltou a sintonia com a família Aragão mesmo após o fim do namoro.
Cearense de Sobral, Antônio Renato Aragão chegou a ser oficial do Exército antes de ingressar na carreira artística. Formado em Direito pela Universidade Federal do seu estado, o criador do Didi chegou ao Rio de Janeiro na década de 1960. Em pouco tempo, Renato estreou na TV Tupi de São Paulo. Depois passou pelas TV Excelsior, Record e Tupi, até chegar à Globo em 1977. "Os Trapalhões" surgiu em 1965, quando ainda se chamava "Os Adoráveis Trapalhões", e foi extinto em 1994, com a morte de Mussum. Quatro anos mais tarde, Renato voltou ao ar em programa fixo, o "A Turma do Didi", substituído em 2010 pelo "Aventuras do Didi". No cinema, o humorista já foi visto em aproximadamente 50 longas. Em 1991, a Unicef nomeou Renato como seu representante especial por conta do trabalho no "Criança Esperança", campanha criada em 1985.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Guilherme Guidorizzi)