Regina Duarte é mais uma famosa que resolveu se posicionar quanto à disputa da eleição para presidente. A atriz visitou o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, em sua casa no Rio de Janeiro nesta semana. Em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", a artista – que esteve presente nas manifestações contra a corrupção em 2016 – defendeu o político das acusações de racismo e homofobia. "Encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora", afirmou. Neste domingo, ele disputa a cadeira com Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.
Após publicar a foto ao lado de Jair Bolsonaro, Regina Duarte ganhou 300 mil seguidores em apenas quatro dias no Instagram. Ela contou que decidiu visitar o candidato depois de uma conversa com o filho, João Gomez, que se separou recentemente de Regiane Alves. "Ele começou me contestar: já que sempre fui uma pessoa democrática, aberta, justa, como eu podia me fechar no conceito de que Bolsonaro é bruto, tosco, ignorante, violento. 'Você já chegou perto dele?' Respondi: 'Não preciso me aproximar, sinto que é o candidato da raiva, da impotência, do ódio, contra a corrupção e não quero votar no emissário da raiva'", contou ela. "Mas, quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha", continuou.
Ao ser questionada sobre as opiniões polêmicas de Jair Bolsonaro, Regina Duarte afirma que as falas foram distorcidas. "Quando souberam que ele ia se candidatar, começaram a editar todas as gravações e também a provocá-lo para que reagisse a seu estilo, que é brincalhão, machão. Daí fica a imagem de um homem tosco, bruto. Acredito que 80% dessas reações eram brincadeiras dele: você manda uma porrada e ele devolve outra. O homem com quem conversei durante 65 minutos quer chegar lá democraticamente, seguindo todas as regras das nossas instituições", declarou a artista, que surgiu em cima de uma árvore em uma passeata no Rio.
Em 2002, Regina Duarte foi público declarar que estava com medo da vitória de Lula. Sobre o episódio, a atriz diz que pensaria melhor: "Eu estava completamente alienada, pois o Lula já havia ganhado a eleição. Aí fui botar a cara na TV, feito uma tonta, para falar de um sentimento, de uma intuição tão particular. Não me arrependo, mas, se pudesse voltar no tempo, teria me informado melhor sobre o que estava acontecendo naquele momento". Ela contou que foi questionada pelo filho sobre o motivo pelo qual decidiu se envolver novamente com política: "Respondi que era por ele, pelos filhos dele e por todos nós. Não quero angariar votos para o Bolsonaro, até porque ele não precisa. Mas porque quero ficar com a consciência em paz, ao gritar em nome dos sem voz, dos milhões de brasileiros humilhados por não poderem dar um berro de dor e indignação. É como assinar um cheque em branco. Mas prefiro um cheque em branco da esperança".
No mês passado, várias celebridades marcaram presença em uma manifestação contra Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Fernanda Lima, Nanda Costa e a namorada, Lan Lanh, Fernanda Paes Leme, Letícia Sabatella, Bruna Linzmeyer, Débora Nascimento, Tainá Müller, Laura Neiva, Cris Vianna estiveram presentes no protesto. Além delas, o cantor Roger Waters, vocalista do Pink Floyd, se manifestou contra o candidato à presidência durante sua turnê pelo Brasil. No show em São Paulo, a #EleNão surgiu no telão, assim como uma imagem com a frase "o neofascismo está crescendo pelo mundo". Uma lista de políticos de diversos países apareceu em seguida e o nome de Jair Bolsonaro representava o Brasil.