As eleições brasileiras foram destaques no show de Roger Waters no Allianz Parque em São Paulo, nesta terça-feira (9). Em um momento com críticas políticas após a música "Another Brick in The Wall", o líder do Pink Floyd pediu para os fãs "resistirem". Neste momento, no telão, surgiu uma imagem com a frase "o neofascismo está crescendo pelo mundo" seguida de uma lista de políticos de diversos países. O nome de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, surgiu ao lado do Brasil. No final do show, a hashtag #EleNão, usada para criticar o presidenciável, surgiu no palco. O público ficou dividido e, por quase cinco minutos, foram ouvidos vaias e aplausos.
O músico fez um longo discurso no final do show sobre Direitos Humanos: "Eu sempre menciono os Direitos Humanos porque acredito neles". E, em seguida, citou as eleições para presidente no Brasil: "Vocês têm uma eleição importante em três semanas. Vão ter que decidir quem querem como próximo presidente. Sei que não é da minha conta, mas eu sou contra o ressurgimento do fascismo por todo o mundo. E como um defensor dos Direitos Humanos, isso inclui o direito de protestar pacificamente sob a lei. Eu preferiria não viver sob as regras de alguém que acredita que a ditadura militar é uma coisa boa. Eu lembro dos dias ruins na América do Sul, e das ditaduras, e foi feio".
A hashtag #EleNão cresceu no período eleitoral e foi gritada por Pabllo Vittar durante o Prêmio Multishow. O protesto, porém, não se limitou aos brasileiros. Além de Waters, Madonna compartilhou a expressão nas redes sociais e incluiu as frases "#EleNão vai nos desvalorizar", "#EleNão vai nos oprimir" e "#EleNão vai nos calar". A atriz canadense Ellen Page lembrou a entrevista que fez com Bolsonaro para o seu documentário, "Gaycation Brazil", e se mostrou contrária ao politico: "Ele é um homem perigoso, homofóbico, racista e misógino, que está liderando a corrida presidencial no Brasil".
(Por Tatiana Mariano)