Intérprete da Quetura da novela "Gênesis", Adriana Prado acredita que o público sentirá falta de Sara (Adriana Garambone) ao ver sua personagem se casando com um mais que centenário Abraão (Zé Carlos Machado), mas que, ao mesmo tempo, a hebreia conquistará os "órfãos". "O telespectador vai ter sempre na memória a relação bonita, longa de Abraão com Sara, mas Quetura não vem como ameaça e ela não quer o lugar de ninguém, a relação deles é madura, de muito carinho e cuidado", resume ao Purepeople.
No folhetim apesar de ter passado dos 125 anos, o pai dos rivais Isaque (Guilherme Dellorto) e Ismael (Iano Salomão) terá mais 6 filhos com a nova mulher, que não irá rivalizar com Sara. "A Quetura não tem nenhuma intenção de competir e ela sabe o lugar de Sara na vida de Abraão e ela não quer tomar esse lugar, ela não quer ser igual a Sara", aponta a mãe de Valentina Bulc , a Bia de "Salve-se Quem Puder".
E Adriana garante entender a relação de afeto que Sara e Abraão conquistaram com o público do folhetim que reúne mais de 250 atores. "Mas acho que ele vai sentir um ciuminho. O que é natural, né? Uma vez que eles acompanhando toda a trajetória, vão sentir aquela coisinha de, poxa, e Sara? Mas o público também vai perceber que ela não quer competir", garante, definindo Quetura como "doce, gentil e companheira".
Segundo a atriz, Quetura e Isaque possuem uma ótima relação e aponta a honestidade, a parceria e o companheirismo como pontos que a ligam a sua personagem. De volta à RecordTV, onde atuou em "Apocalipse" (2017), indica diferenças entre as duas tramas baseadas na Bíblia. "Estou bem encantada, foi a primeira vez que eu fiz essa novela bíblica, de época mesmo, do Antigo Testamento. A criação da personagem é mais gostosa de fazer, trabalha mais com a nossa fantasia, e tem uma aura de magia envolvendo, desde o figurino, as locações, os cenários, é muito mais mágico fazer uma novela de época, digamos", reflete.
Adriana festeja ainda o fato de ter entrado com a trama em andamento. "Tive a sorte de poder acompanhar os capítulos e estruturar a criação de Quetura em mim, esta foi feita também muito com o que já estava sendo criado para a época. Como entrei agora, tive essa chance de me espelhar e de poder acompanhar o trabalho dos meus colegas que foram anteriores a mim", aponta a colega de elenco da estreante Juhlia Ficer.
Fazendo críticas ao momento cultural do país, Adriana reforça para a filha a importância de um plano 'B'. "Aconselho ela até hoje (risos). Também tenho, o que considero essencial, ainda mais num país que infelizmente a cultura está sendo colocada de lado e que não está sendo valorizada em momento algum", afirma. "Então a gente escolhe pela arte, porque é uma paixão, mas temos que saber que se der errado temos para onde correr. Então, Valentina está terminando a faculdade (Cinema), que foi uma exigência minha e do pai", detalha.
E para a filha, Adriana é só elogios. "Ela tem a vantagem de ter começado jovem (na carreira), de ser muito educada, dedicada, estudiosa, focada, muito linda também (risos). Então, as chances dela são grandes, mas tem um plano 'B', sim! ", assegura. E ao ser questionada de que forma exerce o papel de mãe, acredita que não possa ser classificada de "brava". "Sou firme, que troca, de conselhos e que conversa muito. A gente tem um diálogo bem aberto, é claro que ela tem os segredos dela e é assim que tem que ser, mas uma confia plenamente na outra e essa é a base da nossa relação", afirma.
"A educação nunca foi posta pelo medo, nunca foi o pavor, sempre foi o respeito. Os limites foram colocados pelo respeito e com muito diálogo. Valentina sempre foi muito madura e foi muito fácil sempre dialogar. Desde criança que já ouvia muito e ela é uma mulher hoje que ouve muito. A Valentina ainda me ouve, pede conselhos, a gente bate texto juntos, ela pede pra eu gravar as cenas de testes, ou as de monólogos, e me deixa dirigir, dar conselhos. Mas no começo não, ela tinha muita vergonha de bater cena comigo, pedir conselhos, tinha certos melindres. Hoje não, hoje a gente já conversa sobre a profissão de igual", festeja.
E após "Gênesis" quer levar para a web a experiência de ter morado por cinco anos na Europa. "Quero criar um canal com muitas dicas e muitas informações a respeito dos lugares que eu já morei, ou que eu já visitei. Além deste projeto, quero subir aos palcos novamente, para isso eu já estou lendo textos, já tenho contato com produção e direção e assim que a pandemia acabar e as pessoas já estiverem vacinadas, pretendo subir aos palcos novamente. Quem sabe até mesmo com Valentina, hein?", planeja.