O tecladista e um dos fundados do RPM Luiz Schiavon morreu aos 64 anos nesta madrugada (15) durante uma cirurgia. O músico enfrentava uma doença autoimune havia quatro anos e estava internado no Hospital São Luiz, em Osasco (SP). A morte de Luiz Schiavon foi revelada em sua rede social e se soma a outras perdas marcantes para o mundo artístico em 2023.
"E hoje tudo ficou mais silencioso por aqui. Vai lá gordo.... rir, compor, tocar... com seu humor único e sua inteligência ímpar, em um palco muito maior, junto com tantos amigos que já se foram também. Nos vemos logo mais", diz o comunicado. Por conta da doença, Luiz chegou a ficar um ano e meio internado em outra ocasião.
Foi a mãe, Edméia, quem praticamente obrigou o filho a ter aulas de piano aos 7 anos. Luiz Schiavon acabou tomando gosto pela música e se formou aos 19 anos pelo Conservatório Mário de Andrade (São Paulo). Pianista clássico e fã do rock, ele integrou um conjunto cover do Deep Purple antes de formar o RPM.
O embrião do conjunto surgiu com o nome Aura no começo dos anos 1980 já em parceria com Paulo Ricardo. Em 1983, Paulo ao retornar da Europa teve a ideia do PRM, e a eles se juntaram Fernando Deluqui e Paulo Pagni. O RPM passaria a cantar na noite no ano seguinte e ainda em 1984 assinaram seu primeiro contrato.
Após mais um ano, o primeiro disco, "Revoluções por Minuto" vendeu mais de 600 mil cópias. E a primeira turnê, "Rádio Pirata" se estendeu por 16 meses arrastando 270 shows e um público de 2 milhões de pessoas. Já em 1987, Paulo Ricardo e Luiz Schiavon anunciaram o fim do RPM por "desavenças internas", porém por questões contratuais só em 1989 o conjunto de fato acabou.
Paulo Ricardo e Luiz se reencontrariam nos palcos em 2002. Na retomada, um novo disco, "Elektra", foi lançado misturando músicas inéditas e "hits" do conjunto. De lá para cá, o RPM voltou a fazer turnês com e sem seu líder, Paulo Ricardo.
Luiz também foi compositor de músicas clássicas como "Olhar 43" e "A Cruz e a Espada", ambas em parceria com Paulo. Além disso, Schiavon foi responsável pelas trilhas sonoras de novelas da Globo, entre elas "O Rei do Gado". Também compôs para esses folhetins e entre 2004 a 2010 ocupou cargo de diretor musical do "Domingão do Faustão".