Segundo a psicóloga, é importante atentar para as palavras desde a infância. "Primeiro, é importante começar a encarar que o corpo não deve ser uma forma de elogio. Às vezes, até quando a criança faz alguma coisa certa a gente diz que ela é linda – e não porque ela é esperta, inteligente. Até os adjetivos, muitas vezes, a gente erra. É essencial poder mostrar para essas meninas e para esses meninos – porque a gente também tem um índice muito alto de homens com distúrbios alimentares – que o corpo é um instrumento, que ele não é a parte mais importante, e fazer entender que os corpos são diferentes. E eles são diferentes pela genética, pela fisiologia, pelo estilo de vida", destaca Vanessa, que pondera: "Isso não quer dizer não cuidar da saúde. De maneira nenhuma. Mas quando a gente fala de saúde (e é isso que a gente precisa cada vez mais ensinar para as crianças desde muito cedo e para os adultos de hoje em dia) é o conceito de integração entre o corpo e a mente."
Para Vanessa, o equilíbrio entre mente e corpo é imprescindível para a saúde. "Não adianta ter um corpo saudável, todo dentro desse padrão de magreza, e mentalmente essa pessoa estar atormentada por isso. Isso não é saúde. E o inverso também. É importante cuidar do seu corpo, fazer uma atividade física que te dê prazer, tentar comer o melhor possível, sempre que possível, sem restrições, entender os sinais do corpo de fome, saciedade, entender o que você tem vontade de comer e preservar isso. Isso sim a gente deveria ensinar a todos desde pequeno, isso sim a gente deveria ensinar, principalmente para essas jovens meninas que já desenvolvem distúrbios alimentares desde cedo. Nós temos crianças de 6, 7 anos, já desenvolvendo sintomas de anorexia nervosa, já preocupadas com esse corpo que é inadequado", conta ela, reforçando: "Os corpos são apenas diferentes e eles são o nosso instrumento".
(Por Vanessa Nogueira)