Marcos Mion condenou as falas de teor capacitista do presidente Lula ao se referir a pessoas diagnosticadas com deficiência intelectual. Durante reunião em Brasília com ministros e governadores, o presidente associou essas pessoas aos ataques que estão sendo registrados em escolas e afirmou que elas têm "desequilíbrio de parafuso". Sempre ativo nas redes sociais, Mion dias atrás classificou de "absurda" a atitude de Dalai Lama por beijar na boca uma criança.
Não custa lembrar que Mion é pai de Romeo, diagnosticado com aspecto autista. Já Lula usou dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) para dizer que cerca de 15% da população mundial deve ter "algum problema de deficiência mental", ou seja, "quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso". "Pode uma hora acontecer uma desgraça", completou fazendo referência aos ataques que estão sendo registrados em escolas - em um deles, uma professora acabou morrendo.
A fala classificada de capacitista não passou batida pelo apresentador do "Caldeirão com Mion" (veja abaixo o vídeo). "Afetou não só a comunidade autista, mas todas as pessoas com deficiência intelectual", iniciou o também pai de Donatella e Stefano, dizendo que a fala "chocou todo mundo", ganhando o mundo pela imprensa.
Depois, Mion explicou que o termo correto usado atualmente é "deficiência intelectual" e não "deficiência mental", e comentou a fala de Lula a respeito desse grupo de cidadãos ter "desequilíbrio de parafuso". "Isso não é só pejorativo como também incentiva que outras pessoas continuem usando esses termos", frisou o apresentador da Globo, emissora que vem enxugando seu banco de elenco.
Ele afirmou ainda que a fala incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo e até desistirem da luta em prol de pessoas com deficiência intelectual. "Irresponsavelmente a fala dele liga deficientes intelectuais diretamente aos casos de violência que infelizmente a gente vê acontecendo pelo país. É um absurdo! Como pai de autista, eu me sinto atingido", disparou Mion, crítico da invasão russa à Ucrânia.