Quem tem pele oleosa sabe como é difícil controlar a oleosidade excessiva e entende que somente com uma rotina de cuidados adequada, como saber escolher o sabonete ideal e o protetor solar com a textura certa, é possível reduzir o problema. Nem sempre recorrer a produtos naturais é suficiente, pois tudo depende do nível de óleo produzido pelo organismo. A característica, que pode estar presente em outros lugares além da pele, também é benéfica caso não seja de forma excessiva. Para descobrir se a sua pele se encaixa nesse perfil e entender melhor o que é a oleosidade, o Purepeople conversou com a dermatologista Lilia Guadanhim.
Para quem acha que o óleo fabricado não tem impacto positivo na saúde, está enganado: o problema é quando o corpo fabrica em grande quantidade. "A oleosidade da pele é parte do manto hidrolipídico, uma camada de proteção fundamental para proteção e para a função barreira da pele", esclarece a médica. "Peles mais oleosas são mais predispostas ao surgimento de dermatite seborreica. Essas lesões vermelhas, descamativas e pruriginosas, tendem a aparecer nas porções mais oleosas do rosto como nas sobrancelhas, ao lado do nariz, tendendo a piorar em períodos frios e com estresse. Além da acne." Caso tenha surgido a dúvida de como identificar essa característica, não se preocupe. A especialista ensina: "O diagnóstico é clínico e podemos perceber brilho excessivo e sensação de pele gordurosa ao longo do dia. Isso tende a piorar em dias muito quentes e úmidos e com o estresse."
Ao identificar se seu tipo de pele é oleosa, o ideal é procurar um dermatologista, mas alguns métodos no cuidado diário da pele de manhã e à noite podem ajudar a melhorar. "Existem várias estratégias para controlar esse problema. Uma delas é com sabonetes e géis de limpeza, então aposte em opções específicas contendo ativos seborreguladores. Evite sabonetes muito abrasivos, esfoliantes e que contenham substâncias muito agressivas, como o enxofre. As soluções micelares e de limpeza contêm ativos como o zinco, que regula a oleosidade. Essas soluções podem ser aplicadas com algodão no rosto, pela manhã e à noite", explica. Ainda sobre alguns cuidados que podem amenizar o problema, a médica cita: "Produtos tópicos, dermocosméticos ou medicamentos contendo ativos seborreguladores, como o ácido salicílico, LHA, ácido glicólico, ácido retinoico e seus derivados, ácido azelaico podem ser boas alternativas. Os casos mais graves ou resistentes aos tratamentos tópicos podem ser tratados com medicações orais."
Muitos acreditam que passar hidratante no rosto ajuda a produzir óleo e, por este motivo, evitam o produto. A dermatologista alerta: "Esse é um receio da maioria dos pacientes de pele oleosa. É importantíssimo ressaltar que os conceitos de pele oleosa e hidratada são bem diferentes! O uso de hidratantes é cada vez mais reconhecido como um passo importante da rotina de cuidados com a pele, mesmo as oleosas, pois mantém a barreira da pele protegida, além de aumentar a tolerância aos tratamentos tópicos e deixar a pele menos sensibilizada. No entanto, devemos sempre escolher uma textura adequada de hidratante, porque texturas pesadas como cremes e pomadas podem piorar a oleosidade. O sérum, gel creme e légère são mais leves e tendem a ser mais adequadas."
Muitos costumes praticados podem prejudicar a pele! Prestar atenção na alimentação é essencial, pois influencia em todo o organismo e não seria diferente para a oleosidade. Pensando nisso, a dermatologista selecionou os mais comuns e que devem ser evitados: "Lavar excessivamente o rosto mais do que duas vezes ao dia; suplementos alimentares, principalmente os que contém whey protein e carboidratos de absorção rápida; uso de anticoncepcionais não combinados contendo apenas derivados de progesterona; exposição à poluição, pois estudos recentes demonstram que ambientes poluídos podem aumentar em 3,5 vezes a oleosidade da pele; alimentos com alto índice glicêmico e que aumentem rapidamente a glicemia como o chocolate; alimentos ricos em gorduras trans; leite desnatado, pois, pensando na pele, o leite integral é uma opção mais adequada."
(Por Fernanda Casagrande)