Na última terça-feira (04), um caso polêmico tomou conta dos noticiários. Um empresário de 27 anos morreu após ser submetido a um peeling de fenol em uma clínica da influenciadora Natalia Becker, em São Paulo.
O caso está sendo investigado pela polícia e vem gerando rumores e dúvidas na internet, especialmente sobre o peeling de fenol, procedimento já feito por algumas famosas que 'renova' a pele do rosto combatendo manchas e sinais do envelhecimento.
Para sanar as dúvidas sobre o assunto, o Purepeople conversou com a dermatologista Larissa Oliveira, da clínica Les Peaux, que explicou tudo envolvendo o peeling de fenol, seus riscos e contraindicações.
O peeling de fenol é uma técnica dermatológica que pode ser utilizada com ou sem associação do óleo de croton. Embora tenha se popularizado nos últimos anos, é um procedimento antigo usado para a renovação das camadas superficiais da pele (epiderme), sendo considerado, porém, um peeling profundo.
"Um peeling profundo como esse é indicado para pacientes com muitas rugas superficiais e elastolise intensa (danos provocados pelo excesso de exposição solar). Pode ser realizado no rosto todo ou em áreas pontuais como ao redor da boca para tratamento das 'rugas do código de barras' ou ao redor dos olhos para tratamento das rugas e contração da pele das pálpebras", diz Larissa Oliveira.
Como boa parte dos procedimentos estéticos, o peeling de fenol tem suas contraindicações: "A agressividade e penetração das substâncias utilizadas no peeling de fenol, que são cardiotóxicas, hepatotóxicas e também podem comprometer os rins, obrigam que o paciente seja avaliado sob esses três aspectos antes de se submeter a esse procedimento. Ou seja, o paciente precisa estar com coração, fígado e rins saudáveis", alerta a dermatologista.
"Além dos riscos aos órgãos mencionados, o peeling de fenol precisa ser avaliado também em relação as indicações cutâneas/estéticas. Não raro pode provocar hipocromia (cicatriz branca na área tratada, o que poderia representar um risco de resultado inestético para pacientes com fototipos mais altos, pele morena a negra) e retração de pele excessiva o que poderia causar danos ao fechamento da pálpebra e exposição da esclera", completa Larissa.
A dermatologista Larissa Oliveira ressalta ainda a importância do peeling de fenol ser aplicado por especialistas capacitados, por se tratar de um procedimento delicado. Além disso, o ambiente também deve ser preparado para a segudança do paciente:
"O método precisa ser aplicado por médicos especialistas, como dermatologistas e cirurgiões plásticos, com pacientes sedado por anestesista e monitorizado durante todo o procedimento, em especial pelo risco de arritmias. Idealmente deve ser realizado em ambiente hospitalar ou em clínicas médicas adaptadas a procedimentos invasivos e com suporte médico adequado", considera.