A influenciadora Karol Eller morreu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, após uma queda do prédio em que morava, na Zona Sul da capital paulista. O caso foi registrado pelo 27º Distrito Policial como "suicídio consumado". Há pouco menos de um mês, a bolsonarista havia anunciado uma espécie de "cura gay" nas redes sociais.
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Na ocasião, Karol participava de um retiro espiritual na Igreja Assembleia de Deus. O evento foi sediado no interior de Goiás. "Que diminua eu, pra que tu cresças, Senhor, mais, mais. Renúncia! Sim. Eu renunciei a prática da homossexualidade, renunciei vícios e renunciei os desejos da minha carne para viver em Cristo!", escreveu a influenciadora.
Questionada por um seguidor, Karol confirmou que reprimiria sua sexualidade. "Eu abri mão dos meus desejos pra servir a Cristo! Renunciei a tudo que não agradava ao meu senhor para servi-lo", explicou.
Karol tinha 36 anos e ganhou fama entre os eleitores da direita em 2019. Naquele ano, se aproximou e conquistou a confiança da família Bolsonaro e se tornou servidora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). No entanto, foi exonerada no começo de 2023 por conta da participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Antes de se consagrar como influenciadora política, Karol era produtora de eventos. Os primeiros indícios de sucesso nas redes sociais veio na época em que morava nos Estados Unidos e dividia com o público a rotina como uma imigrante brasileira no país. O sobrenome não é artístico e nem mera coincidência: ela era prima de terceiro grau de Cássia Eller.
Horas antes de a morte de Karol ser confirmada por políticos bolsonaristas nas redes sociais, ela havia publicado stories anunciando que atentaria contra a própria vida. "Perdi a guerra!", iniciou a influenciadora.
Em seguida, Karol passou o endereço do prédio e convocou o Corpo de Bombeiros. "Me perdoem por causar toda essa dor aos que me amam! Se cuidem por aqui. Que sua história seja docente dancinha [sic], mas eu tentei!", finalizou.