Regina Duarte define cafetina Madame Lucerne em novela: 'Sofrida, mas com humor'
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 16:54
Por Purepeople
'É uma mulher à frente do tempo dela', conta a atriz sobre a personagem da próxima trama das seis
Regina Duarte define Madame Lucerne, cafetina da novela 'Tempo de Amar' que estreia dia 26 de setembro de 2017: 'Apesar do lado sofrido pelas escolhas que fez, ela também tem humor'
'É uma mulher à frente do tempo dela', afirma Regina Duarte sobre Madame Lucerne na novela 'Tempo de Amar'
Regina Duarte mostra animação com sua personagem em 'Tempo de Amar': 'Estou muito entusiasmada de ser proprietária de um lugar assim em uma novela. Acho que nunca fiz nada igual'
Além das envolvências amorosas, Regina Duarte conta o que terá no cabaré de Madame Lucerne em 'Tempo de Amar': 'Ela é a dona da casa da alegria. É a casa do divertimento e de arte, porque tem muita música, literatura, poemas, dança, teatro'
Regina Duarte conta que Madame Lucerne é uma mulher 'complexa e bem sofrida' devido às escolhas que fez para sua vida
'Acho que a mulher, hoje, já descobriu que ela precisa ser independente financeiramente. Senão, ela é escrava do marido, do pai, do irmão ou de quem ela depender', declara Regina Duarte
Regina Duarte acredita que as mulheres, mesmo depois de independentes financeiramente, ainda enfrentam preconceitos e racismos
Para Regina Duarte, é importante ser ativa na política: 'Se não participar politicamente na história do seu país, vai ser passado para trás, enganado, ludibriado'
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Regina Duarte está animada para interpretar Madame Lucerne na novela "Tempo de Amar", obra de Alcides Nogueira com direção de Jayme Monjardim que estreia dia 26 de setembro. A atriz que exibe looks excêntricos em eventos dará vida à dona do cabaré Maison Dorée, para onde leva meninas como a ousada Felícia (Amanda de Godoi) para trabalhar como prostitutas. Em entrevista ao Purepeople, a artista descreve a cafetina: "Ela tem um lado de mãezona, de líder e disciplinadora. Comanda um estabelecimento. Apesar do lado sofrido pelas escolhas que fez, ela também tem humor. Se diverte no que faz e isso transparece na relação com as meninas da casa".

Escolhas pessoais tornam a personagem complexa

Segundo Regina Duarte, Madame Lucerne quebrará tabus com seu pensamento livre no cenário carioca dos anos 20. Suas atitudes e escolhas, no entanto, causam consequências pessoais na cafetina, que fica sempre entre a felicidade e a tristeza de ser ela mesma. "É uma mulher à frente do tempo dela. Tem alguns pudores com relação às opções que a vida a levou a tomar. Seguiu caminhos que não são aceitos com muita tranquilidade. Por isso, ela tem algumas dores e sofrimentos. Se as opções que ela fez já são difíceis hoje, quando existe liberdade de comportamento imensa, imagina naquela época. Ela é bastante complexa e bem sofrida", conta Regina.

Atriz descreve cabaré: 'Casa do divertimento e de arte'

Na trama protagonizada pelos estreantes Vitória Strada e Bruno Cabrerizo como o casal Maria Vitória e Inácio, o papel de Regina Duarte será a responsável por dirigir o cabaré, caracterizado pela atriz como o local em que as pessoas deixam o estresse do dia a dia de lado e abrem portas ao lado artístico. "Ela é a dona da casa da alegria. É a casa do divertimento e de arte, porque tem muita música, literatura, poemas, dança, teatro. Acontecem muitas performances lá, além do amor, que rola bem ali em todos os níveis. É uma casa que tem estímulos de arte popular e onde as pessoas vão para espairecer, para brincar, sonhar, se livrar um pouco das preocupações da dura realidade", afirma. Interpretar uma mulher com tal responsabilidade é um fato inédito na carreira da atriz: "O horário das seis não permite que mergulhe muito nesse universo que a gente nem chama de bordel e, sim, de cabaré. Estou muito entusiasmada de ser proprietária de um lugar assim em uma novela. Acho que nunca fiz nada igual".

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'A mulher precisa ser independente financeiramente'

Passados 90 anos da realidade enfrentada por Madame Lucerne, Regina Duarte fala sobre a situação em que se encontram as mulheres na atualidade. "Acho que a mulher, hoje, já descobriu que ela precisa ser independente financeiramente. Senão, ela é escrava do marido, do pai, do irmão ou de quem ela depender. Enquanto você depende de alguém, você tem que jogar o jogo. Mas, mesmo superada essa questão, os problemas de preconceito e racismo continuam. Isso também precisa ser superado", declara a artista que já foi vítima de assédio moral em briga de trânsito.

Artista faz questão de ser ativa politicamente

Sempre sincera e ativa sobre seu posicionamento político, ela diz não se importar em falar do assunto e, justamente, acha essencial que o tema seja abordado: "Eu sou de uma geração que aprendeu a viver assim, sabendo que se não participar politicamente na história do seu país, vai ser passado para trás, enganado, ludibriado. Se acham que a política é feia e suja, é porque a gente deixou ficar assim. Se a gente estivesse de olho, talvez não estivesse vivendo o momento duro de agora. É uma lição difícil que estamos passando, mas que é preciso aprender."

(Por Carol Borges)

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