Sophia, interpretada por Marieta Severo, honrou o título de vilã na novela "O Outro Lado do Paraíso". De internação forçada da protagonista Clara (Bianca Bin) em uma clínica psiquiátrica a serial killer com direito a quatro crimes executados a sangue frio, a personagem pode não ter um final trágico na trama. Mas, segundo a atriz, é certo que ela não irá se regenerar moralmente no futuro como acontecerá com Lívia (Grazi Massafera), sua cúmplice por boa parte da história.
Em entrevista ao Purepeople, Marieta Severo se mostra confiante nas transformações das pessoas, mas isso não se aplica muito ao seu papel na obra de Walcyr Carrasco. "Acredito em todas as possibilidades do ser-humano, está aí o Gael (Sergio Guizé) que acho ser um bom exemplo disso. Mas a Sophia é tão autocentrada, tão incapaz de ver o outro, que só age de acordo com os interesses dela: dinheiro, poder, poder para ter dinheiro. Não sei se ela teria muita solução fora do redemoinho que ela vive".
Para a artista, Sophia representa as pessoas da realidade que são capazes de qualquer coisa para chegar onde querem e conquistar os objetivos. "Ela é um exemplo de uma camada tão grande da sociedade moderna que é voltada para esses valores. Eu gosto de fazer uma personagem que mostra esses valores. Fazer pensar através disso. A vida dela não tem nada de afeto, empatia, solidariedade, como ela pode ter um final bom?", questiona Marieta. Ela, no entanto, sugere a possibilidade de um final triunfal para a vilã: "Não sei se vamos dar um exemplo através dela, com ela se ferrando. Só que, na vida real, esses são os que saem vitoriosos. Então, talvez, ela sair vitoriosa fosse mais real".
Marieta Severo ainda critica a forma de Sophia se relacionar amorosamente com os homens. Com Mariano (Juliano Cazarré), por exemplo, a dona da mina de esmeraldas manteve um namoro escondido por anos e, no primeiro sinal de perda, quando o garimpeiro se encanta por Cleo (Giovana Cordeiro), ela passou a perseguir o casal. Depois, chegou a armar o flagra de um beijo para separá-lo de Lívia. "Cada um tem um jeito de amar. O dela, para mim, é o mais torto possível. É o da posse absoluta. Ela quer o Mariano para ela. O afeto dela segue esse padrão da posse absoluta. Ela rompe com a filha em nome de um amor que não pode tirar dela. Um amor que ela acredita ser garantido pelo dinheiro e a posição social", afirma a artista.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Carol Borges)