Sophia (Marieta Severo) vai inventar uma mentira complexa para justificar a possível morte de Clara (Bianca Bin) na novela "O Outro Lado do Paraíso". Sem saber que a ex-nora sobreviveu ao ser arremessada no mar em sua fuga do hospital psiquiátrico, a mãe de Gael (Sergio Guizé) afirma ao filho que a jovem desaparecida há dez anos morreu em uma explosão a bomba em um país do oriente médio, onde morava com um americano funcionário do Governo dos Estados Unidos. As cenas adiantada pelo colunista Daniel Castro estão previstas para irem ao ar na primeira semana de dezembro.
Depois que os enfermeiros jogam nas águas o caixão em que Clara se escondeu seguindo as orientações de Renato (Rafael Cardoso), o diretor da clínica telefona para Sophia, exploradora das esmeraldas das terras de Josafá (Lima Duarte), e informa que a mãe de Tomaz (Vitor Figueiredo) caiu do penhasco. Fingindo, a mau-caráter se diz pesarosa com o falecimento. "Entendo. Lamento muito. Estou de coração partido. Mas é a vida, não é? Providenciarei os documentos pra dar entrada na certidão de óbito. Ah, não pode ser? Há um prazo, sim, compreendo", diz a mulher.
Satisfeita com a informação, Sophia vai até Lívia (Grazi Massafera), sua cúmplice na internação da professora, e conta sobre a morte de Clara. "Fui informada hoje pela clínica onde ela estava. Parece que tentou uma fuga louca. Ela se atirou dos penhascos. Caiu no mar. Não corremos o risco da Clara voltar e tentar reaver as minas. Seria o maior prejuízo. Mas tudo aconteceu de acordo com o desejo do destino. Clara estava louca, se atirou dos penhascos", diz, explicando que não existe chance de ela estar viva mesmo sem terem encontrado o corpo. "O diretor da clínica foi objetivo comigo. Ninguém nunca se salvou através dos penhascos. Pobre Clara. Enfim, legalmente, só podemos tomar posse de tudo após alguns anos. A clínica já comunicou o desaparecimento às autoridades. Mas como o corpo não foi encontrado, é preciso esperar. Há um prazo para declarar a morte oficial."
Lívia instrui Sophia a contar logo para Gael e Renato, com quem formou uma família junto do sobrinho, sobre o falecimento de Clara para que os dois a tirem de seus pensamentos. Em um almoço familiar, a matriarca começa seu relato ficcional: "Seu tio Natanael (Juca de Oliveira) me arrumou um detetive que seguiu a pista de Clara. O fato é que ela morreu". Assustado, o ex-marido da mocinha a quem agrediu mesmo grávida questiona: "O atestado de óbito diz o quê?" "Não tem atestado de óbito. Ela foi embora com um americano, que trabalhava pro governo dos Estados Unidos. Por isso não mandava notícias", inventa Sophia. "Morava em bases militares, ao longo do mundo. Bases secretas. Estava morando numa base militar em um país árabe. A guerra chegou até lá, uma bomba explodiu e não há corpos. Ela desapareceu na guerra."
Arrasado, Gael diz não acreditar nas palavras de Sophia e afirma que ela está mentindo para ele. "Gael, olhe nos meus olhos. Acha que eu mentiria a respeito?", pede a viúva. "Mas não ia inventar que a Clara morreu. Isso... Isso deve ser verdade", declara o homem se rendendo às lágrimas. Quem não se agrada nada da história contada pela mãe é Lívia, que se queixa da complexidade da mentira. "Que prêmio você ganha hoje? O Oscar de melhor interpretação ou o de melhor contadora de história? Base americana? Bomba?" Sophia, então, se defende: "Não podia dizer que internei Clara numa clínica. O Gael ia descobrir tudo que aconteceu, ia me culpar. Se a gente tem que contar uma mentira, melhor contar uma grande. Uma mentira tão grande, tão absurda que pareça verdade".
(Por Carol Borges)