Gibson (José de Abreu) vai ser entregue à polícia pela própria filha, Kiki (Deborah Evelyn), na penúltima semana da novela "A Regra do Jogo". Após não notar a ironia da mãe quando ela chamou o avô dele de Pai por nove vezes, Dante (Marco Pigossi) cai, enfim, na real, quando Kiki joga a verdade sem rodeios para o filho. Quem antecipa é o colunista Daniel Castro, nesta sexta-feira (19).
"Meu próprio pai mandou me sequestrar, e ele só fez isso porque eu descobri que o meu pai, o doutor Gibson Stewart, é o Pai da facção", dispara, trêmula, ao ser pressionada pelo filho, a essa altura desconfiado do avô. O ingênuo e nada eficaz policial passa a buscar provas que incrimem Gibson. Tudo começa quando ele decide ir ao apartamento da mãe e se depara com o avô deixando o local.
'Não deixaram eu ser sua mãe', afirma Kiki
Dante, então, coloca a mãe contra a parede, fazendo várias acusações. "Não fala assim comigo! Você sabe que essa história não é tão simples assim! Eu não quis te abandonar! Você sabe o que aconteceu comigo! Não deixaram eu ser sua mãe", afirma ela, anteriormente rejeitada pelo filho. "O que é que a senhora sabe do meu avô? Se você gosta de mim um pouquinho que seja, me diz a verdade", pede.
"É isso que você quer? Você quer saber de tudo? Eu vou contar a verdade, mas ela é horrível!", inicia Kiki. É nessa hora que o policial cai em si. "Claro, claro! Ele é o Pai! Agora tudo começa a fazer sentido! Essa quantidade de tragédia na nossa família, essa violência toda! É assalto, é sequestro, é morte! Era ele! Era ele o tempo todo! Era o Gibson por trás do Romero, por trás do Orlando (Eduardo Moscovis)! Ele casou as próprias filhas com bandidos, com os pupilos dele! Que ele mesmo levantava e depois derrubava! Controlando tudo, manipulando todo mundo", descobre.
'Ia botar a boca no mundo', revela Kiki
A mãe do policial conta que descobriu a identidade do pai quando ainda era mulher de Romero (Alexandre Nero). "Eu ia botar a boca no mundo, e ele me sequestrou! Me tirou de perto de você, meu filho! De perto da minha mãe, da minha família! Eu preferia ter morrido! Eu pedi pra ele me matar! Pedi! Mas o desgraçado não tinha coragem e me deixou presa num cubículo, num quarto por quase dez anos", grita, chorando. Dante diz que tudo era para ela enlouquecer.
Como resposta, ele ouve a mãe dizer que ficou desesperada, solitária e carente no cativeiro e, por essa razão, passou a se envolver com Zé Maria (Tony Ramos). "Depois de alguns anos, eu fui começando a viver na casa, quase como uma pessoa normal. Comecei a sair na rua, a ir na farmácia, na padaria. Eu cuidava da minha filha e aquilo era a coisa mais importante da minha vida. O Zé, ele ia e vinha, sumia e desaparecia. Ele já confiava que eu não ia desobedecer às ordens e procurar você, procurar a minha família", recorda.
A mãe de Aninha (Letícia Braga) conta que viu Dante crescer por fotos. "Eu lembro duma foto de você todo ralado, porque você tinha ganhado de Natal uma bicicleta nova e se esborrachou tentando pular numa rampa que você montou no jardim! Lembro também do Paçoca, aquele cachorro feio que você pegou na rua e insistiu pra ficar lá na casa! E você não imagina como eu fiquei aflita quando seu avô me contou, todo revoltado, que você ia fazer concurso pra polícia", diz, soluçando.
Dante perdoa a mãe
Em seguida, o policial pede que a mãe continue lhe revelando a história de suas vidas. "A ideia de voltar, de explicar pra você, pra Nora (Renata Sorrah), pra todo mundo a história toda, eu não conseguia! Explicar que eu tive uma filha com um bandido e que de certa maneira tinha virado uma espécie de cúmplice ao contrário de quem tinha me sequestrado", acrescenta quase sem ar.
Dante se comove e entende o lado da mãe. "Claro! Claro que eu perdoo, mãe! Minha mãe! Você foi quem mais sofreu nessa história toda, que mais pagou por tudo. A senhora me desculpa! Me desculpa eu ter suspeitado da senhora", responde. Os dois, então, se abraçam emocionados.
(Por Guilherme Guidorizzi)