Letícia Cazarré, mulher do Juliano Cazarré, trouxe à tona uma reflexão que escreveu em agosto, pouco após o nascimento da filha caçula. A mensagem teve como gancho o estado de saúde de Maria Guilhermina, de 6 meses, que sofre com Anomalia de Ebstein – uma doença congênita rara no coração, e já passou por diversos procedimentos. O casal também é pai Vicente, de 12 anos, Inácio, de 10, Gaspar, de 3, e Maria Madalena, de 1.
Leia o texto na íntegra:
"Escrevi essa reflexão numa nota de celular dia 25 de agosto do ano passado. Maria Guilhermina tinha passado pela pior intercorrência que poderia acontecer com ela, segundo os médicos: incompatível com a vida. Um deles (que hoje posso chamar de amigo e anjo da guarda), me disse na época: 'Deus a segurou por um fio'. E era verdade mesmo.
Mas essa minha reflexão, que vou transcrever aqui, serve também para todos os assuntos da vida. Serve, inclusive, para quem tem muito medo do que virá pela frente no futuro do país e do mundo. Então, aqui vai:
Nunca sabemos o que nos guarda o dia de amanhã, embora a maioria de nós viva com a sensação de poder controlar os acontecimentos. Lembro quando, na faculdade, uma professora nos trouxe um estudo mostrando que 90% da rotina planejada para o dia seguinte não se cumpria do jeito, na ordem e/ou no horário imaginado. 90%!! Como disse o gênio Camões, viver não é preciso.
Nos momentos mais difíceis até aqui, sempre procuro lembrar disso. A angústia vem das conjecturas, do que pode acontecer de pior, do quanto ainda teremos que sofrer. Mas por que sofrer antecipadamente, se não sabemos o que vem pela frente?
Uma grande amiga hoje me deu o melhor conselho: sofrer cada situação a seu devido tempo, não antes.
Ou, como diz São Francisco de Sales, 'Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo'."