Um novidade da Versace agitou o mundo da moda: Donatella Versace, diretora-criativa e vice-presidente da marca - escolhida por Jennifer Lawrence para a pré-estreia do longa "Operação Red Sparrow" em Londres -, se afirmou contra o uso de peles em entrevista à revista "The Economist 1843". "Eu não quero pele. Eu não quero matar animais para fazer moda, isso não me parece bom", garantiu.
Ao jornal "The Guardian", Claire Bass, diretora do grupo inglês de direitos dos animais Humane Society International (HSI), comemorou a decisão da marca: "A Versace é uma marca de grande influência que simboliza os excessos de glamour, e sua decisão de parar o uso de peles mostra que a compaixão da moda nunca foi tão moderna". As mudanças devem acontecer a partir da próxima coleção, uma vez que durante a Semana de Moda de Milão deste ano, o recurso fashion esteve presente nas peças da grife italiana.
A discussão sobre o uso de pele no mundo da moda tem ganhado cada vez mais evidência: Giorgio Armani, Tom Ford, Calvin Klein, Hugo Boss, Ralph Lauren, Michael Kors são grandes representantes do mercado fashion que abriram mão do recurso. A decisão da Gucci, maison que assinou o look de Salma Hayek no Oscar 2018, também é recente: Marco Bizzarri, chefe-executivo da marca, anunciou que, a partir da coleção de verão 2018, a grife italiana também não usaria pele verdadeira.
Além das marcas, modelos brasileiras de destaque no cenário internacional já se mostraram contrárias ao uso de pele. Gisele Bündchen, defensora de causas ambientais, já estampou uma icônica capa da Vogue Paris rejeitando o recurso fashion. Fernanda Tavares lamentou o uso de peles verdadeiras em entrevista à uma marca de cosméticos naturais. "Quando eu tive contato com os primeiros casacos de pele na minha carreira. Fotografei algumas vezes, mas lembro o dia que aquilo me tocou. O stylist disse que não tinha problema, pois existia uma 'criação de coelhos para isso', e isso me chocou de tal maneira, que eu decidi na hora que não usaria mais minha imagem para vender um produto que tratava os animais como 'coisas'", disse.
(Por Marilise Gomes)