O hit 'Ai Se Eu Te Pego' de Michel Teló continua dando o que falar. A discussão sobre os verdadeiros autores da música, que estourou em todo o Brasil e ganhou o mundo com versões em vários idiomas, virou caso de justiça na Paraíba há mais um ano. Em conversa com o Purepeople nesta sexta-feira (19), o advogado André Cabral, representante das coautoras da canção, Karine Vinagre, Amanda Cruz e Aline Medeiros, esclareceu o caso, que está criando muita confusão.
Segundo o profissional, todos os recursos provenientes da exploração da música, calculados em mais de R$ 1 milhão, estão em depósito judicial. O bloqueio desses recursos se deu em função de uma liminar para que a situação fosse estudada com mais cautela.
Parece que o caso pelo reconhecimento dos direitos autorais se arrasta cada vez mais. Nesta quinta-feira (18), a audiência sobre os direitos da música acabou suspensa. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça da Paraíba, confirmou ao Purepeople que o desembargador Abraham Lincoln pediu vista de processo, o que significa que terá 15 dias para revisar o caso. O processo, então, só deve ser julgado no início de maio.
As clientes de André Cabral já haviam sido reconhecidas como coautoras da música no início de 2012, com registro no ECAD, órgão responsável pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores. Os artistas Sharon Aciolly e Antônio Dyggs, responsáveis por aperfeiçoar a canção, integram o quinteto de compositores do hit. O refrão surgiu de uma brincadeira entre as meninas em viagem aos Estados Unidos em 2006, e depois foi repetido na barraca Axé Moi, em Porto Seguro, na Bahia, em 2008, local em que Sharon trabalhava como animadora.
Acontece que em março de 2012, três outras garotas, Marcela Ramalho, Amanda Queiroga e Maria Eduarda Lucena - que também estavam na excursão para os Estados Unidos - iniciaram uma ação reivindicando reconhecimento como coautoras do sucesso interpretado pelo namorado de Thaís Fersoza. O trio moveu um processo contra Michel Teló, Sharon Acioly e Antônio Dyggs, que inicialmente registraram a música, e também contra a Teló Produções, a Editora Musical Panttanal, a gravadora Som Livre e a Apple Computer Brasil.
O advogado informou à nossa equipe que "as promoventes da ação (Amanda Queiroga, Marcela Ramalho e Maria Eduarda) requereram o impedimento de 'qualquer exibição, execução pública, webcasting, emissão, transmissão, retransmissão, comunicação, publicação, comercialização, tradução e reprodução do refrão da composição 'Ai se eu te pego' em quaisquer mídias'. Contudo, o absurdo pedido não foi acatado na liminar". De fato, a assessoria de imprensa do cantor sertanejo afirmou ao site que "ele continua cantando a música em suas apresentações". Nesta sexta-feira, por exemplo, o cantor, em turnê pelo Pará, vai apresentar o seu "Ai Se Eu Te Pego" em Santarém. De lá, segue para Altamira e, depois, Itaituba.
Marcela, Amanda e Maria Eduarda afirmam que sete meninas no total participaram da produção intelectual da primeira versão que gerou o hit. No entanto, de acordo com o advogado, a sétima menina, chamada Thayná Braga, já teria apresentado um documento no qual reconhece Karine Vinagre, Amanda Cruz e Aline Medeiros como únicas compositoras.
(Por Flávia Saboya)