Falar sobre menstruação sem tabus é libertador! Só agora, em pleno século XXI, que o assunto começa a ser tratado mais abertamente e figuras públicas como a apresentadora Maisa Silva fortalecem esse movimento. Se você deseja conhecer novos métodos e deixar os tradicionais absorventes de lado, o Purepeople te ajuda a buscar novas possibilidades. A escolha é sua! Alguns métodos são mais ecológicos, como as calcinhas absorventes, e outros menos, como o próprio absorvente. Uma prática que tem conquistado adeptas e é totalmente eco friendly é o sangramento livre. Livre do uso de qualquer barreira, o free bleeding, como é chamado em inglês, consiste numa consciência corporal para prender o sangue e liberar o fluído no banheiro, por exemplo. Se você ficou curiosa sobre o método, nós tiramos algumas dúvidas e trazemos informações. Veja a seguir!
Ao contrário do que o nome diz, sangramento livre não é deixar que o sangue escorra livremente, sem algum tipo de controle. Ele consiste em prender o fluxo até o ponto que a mulher possa liberar o sangue no banheiro. Um aspecto essencial para o método é a musculatura pélvica, por isso o pompoarismo, exercícios que permitem um fortalecimento do assoalho pélvico, é um grande aliado. Esse método dispensa qualquer tipo de proteção. Algumas adeptas, no entanto, aconselham o uso de calcinhas absorventes, como as usadas pela apresentadora Bela Gil, ou quando for à praia, os biquínis com a tecnologia absorvente, pelo menos durante a noite e até no início para evitar qualquer tipo de incidente.
A naturopata francesa Jessica Spina escreveu o livro "O Fluxo Instintivo Livre: a Arte de Evitar Absorventes", uma espécie de guia sobre a técnica que conta todas as suas descobertas sobre o que foi para ela algo libertador. "É uma espécie de libertação de algumas crenças de que a mulher não pode controlar seu corpo. Na verdade, é apenas uma questão de as mulheres se conhecerem, se estudarem e terem o domínio de seu organismo", disse a naturopata (profissional dedicada à terapia holística e defensora de tratamentos e práticas naturais como filosofia de vida). Segundo as adeptas, o corpo envia sinais antes de liberar o sangue, e basta reconhecê-los. "Algumas vão saber que é hora de ir ao banheiro sentindo alguma dor no ventre; outras percebem uma espécie pressão no útero. Eu, por exemplo, não tenho nenhum sinal, mas eu sei quando a menstruação está descendo: às vezes acordo à noite porque sei que preciso ir ao banheiro eliminar meu fluxo", relatou a Youtuber Claire, dona do canal "Bicar & Co".
Segundo Jessica, que realiza um estudo sobre o sangramento livre com 30 mulheres, ele só é possível por conta de pequenas cavidades no colo do útero. "Quando contraímos a vagina, o sangue que deveria sair pelo colo do útero fica nessas pequenas cavidades", explicou ela. A retenção, porém, não pode ser feita por horas e deve ser feita por alguns minutos. O sangue fica, na verdade, "armazenado" no canal vaginal até ser descartado, inclusive porque a musculatura não tem essa capacidade toda. Uma vantagem muita exaltada do sangramento livre, além de ajudar a natureza, é a economia financeira. Em média, uma mulher usa de 10 até 15 mil absorventes até a menopausa, cujos sintomas podem ser combatidos também de forma natural. O método é também uma forma de empoderamento, esse termo cada vez mais escutado por aí. Segundo as naturopatas, principais defensoras do método, as principais vantagens estão no conhecimento do corpo e a valorização da intuição feminina.
(Por Anna Wery)