Hoje em dia, não tem nada mais comum que pedir uma selfie com seu ídolo. Às vezes, o próprio artista sugere e tira a foto, a exemplo do que fez recentemente Michel Teló em um show. Em cartaz no Rio de Janeiro com uma peça cujo nome é o próprio termo em inglês que se popularizou – "Selfie" –, Mateus Solano defende e enumera vantagens do autorretrato com fãs, ao contrário do humorista Paulo Gustavo que já reclamou do excesso de pedidos feitos por admiradores.
"A selfie adiantou muito a vida", diz ele, bem-humorado, em entrevista ao Purepeople. "Já saio perguntando quem tem iPhone. Aí viro a câmera e saio clicando. Pronto, tirei foto com todo mundo e as pessoas ficam felizes. Com o autógrafo era muito mais difícil... Imagina, pegar a caneta e escrever um a um", completa o ator, relembrando um hábito que ficou de lado na era dos smartphones.
Sem data para voltar à TV
Anunciada por ele na última temporada do "Na Moral", a peça teatral tem sido atualmente o foco profissional de Mateus. Longe da TV desde o fim da novela "Amor à Vida", em janeiro do ano passado, o artista ainda não tem data para voltar aos folhetins. Seu nome teria sido cotado para "Favela Chique", próxima novela do autor João Emanuel Carneiro ("Avenida Brasil"), mas ele nega a informação.
"Isso não confere e não tem nada previsto. Fui até a TV Globo, conversei com eles e, por enquanto, sigo me dedicando ao teatro e o cinema", garante o ator, que entre março e abril roda o filme "Em Nome da Lei", de Sérgio Rezende. Ele ainda deve participar no final do ano de uma co-produção entre Brasil e Canadá.
Esperando a visita da cegonha
O ano de 2014 foi mais tranquilo para Mateus após ele enfrentar a intensa rotina de gravações em "Amor à Vida". "Além dos projetos fora TV, aproveitei para descansar, cuidar da saúde e curtir a família", conta o ator, que espera – ao lado da mulher, Paula Braun – a chegada de mais um herdeiro. Pais de Flora, de 4 anos, eles agora terão um menino, Benjamin.
"Também foi um ano para colher frutos plantados pelo Félix", continua ele, citando o vilão que virou mocinho no decorrer da trama e entrou para a história das novelas. No último capítulo, Solano e Thiago Fragoso protagonizaram o primeiro beijo gay entre homens da teledramaturgia brasileira. "O que aconteceu foi muito bonito. Entrou de forma delicada, sem forçar nada. Foi um beijo de 'bom trabalho, que bom que você está na minha vida'".
Félix foi tão marcante que ainda hoje abordam o ator nas ruas para parabenizá-lo por sua interpretação. Mas engana-se quem pensa que Solano ficou de "luto" após se despedir do icônico vilão/mocinho. "Imagina... Estava trabalhando muito. Foi prazeroso fazer e também encerrar esse trabalho. Só comecei a sentir falta de fazer novela 10 meses após o fim de 'Amor à Vida'. É uma rotina muito puxada", admite.
Embaixador da ONU contra a Aids
Entre os frutos colhidos por causa do Félix, citados pelo ator, está a nomeação para ser embaixador de Boa Vontade do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/ Aids (Unaids) no Brasil. "Esse é um reconhecimento maior do que eu poderia esperar", pontua o ator, que tem como missão dar ainda mais visibilidade às ações que lutam contra os preconceitos em torno da doença, bem como difundir a importância da prevenção.
O último relatório da Unaids estima que existam aproximadamente 19 milhões de pessoas no mundo que vivem com o HIV e não o sabem. "As pessoas estão pensando mais sobre isso, a ferida está aberta, mas ainda vivemos uma situação muito atrasada. Ainda há muitas pessoas sofrendo fisicamente e psicologicamente com o preconceito", avalia. "É um caminho árduo, mas vamos sempre debater e isso é o mais importante", completa o ator.
(Por Anderson Dezan)