Marina Ruy Barbosa trilhou uma longa estrada até chegar ao papel de protagonista da novela "Deus Salve o Rei", em que interpreta a heroína Amália. Em entrevista ao Purepeople, a atriz que admitiu dificuldade na profissão celebra o retorno da novela "Belíssima", de 2005, que foi seu segundo trabalho na TV e onde ela teve uma fala pela primeira vez. "Havia feito 'Começar de Novo', mas era um anjo e não falava. Fiquei sete meses esperando uma fala", diz a artista, dando risada.
Marina, que também tem investido na carreira de estilista, ainda lembra o processo até começar a atuar na trama e a experiência de trabalhar com atores veteranos. "Aí veio a oportunidade de fazer 'Belíssima'. Me chamaram para o teste e, quando cheguei, tinham mais 200 meninas. Passei para a segunda fase e aí já foi com o Silvio (de Abreu) e a Denise (Saraceni) e deu tudo certo. Naquela época tinha 10 anos, sou nova mas era muito mais. Eu já sabia que era isso que queria fazer da minha vida e era isso que ia me fazer feliz. Poder estar com aqueles atores e estar com eles agora foi muito emocionante. Tive a oportunidade de contracenar com dona Fernanda (Montenegro), com o Lima (Duarte) contracenei um pouco, com a Gloria Pires, Tony Ramos, Cláudia Abreu. Gravamos um mês na Grécia e foi muito marcante na minha vida. Aprendi muito e não só os assistindo como atores, mas como profissionais também. Ficava olhando a concentração, a dedicação. Foi uma oportunidade única que sou eternamente grata", declara.
Assim como Marina Ruy Barbosa, Paolla Oliveira também se emocionou ao relembrar a estreia de "Belíssima" e conta como reagiu ao receber um elogio de Fernanda Montenegro. "Esse foi o meu primeiro trabalho na televisão e não sabia o que iria acontecer. Fernanda estava lembrando que me encontrou um dia no camarim, depois de uma cena com o Cauã, e o Silvio (de Abreu) passou dizendo que ia me dar mais coisas porque estava indo bem e minha perna tremeu muito. E logo depois Dona Fernanda me elogiando por uma cena, me dando parabéns. Fiquei paralisada", conta ela, com visual novo após adotar fios curtos e platinados. "Ainda vou ficar pensando no que revivi hoje. Tenho uma carreira que ainda é curta, mas olho para trás e vejo que é tão grande. Tive encontros que são tão lindos. Uma novela moderna que passou há 12 anos e toda vez que olho para trás agradeço por ter chegado até aqui. Só tenho a agradecer", diz.
Intérprete de Pascoal em "Belíssima", Reynaldo Gianecchini conta ter inovado em seu papel na história, que considera ter sido um grande desafio em sua carreira. "Fiquei muito feliz com esse trabalho. Tinha tirado umas férias e estava estudando nos Estados Unidos e lá ninguém me via como galã de novela. E o Silvio (de Abreu) me chamou já dizendo que era um personagem de comédia e achei que foi na melhor fase possível", fala o artista. As características do personagem foram as maiores barreiras a serem ultrapassadas por ele: "Estava muito bem amparado por toda a equipe, mas tinha um perigo porque o personagem não era normal. Ele tinha muitas tintas e televisão é muito duro, não se tem muito tempo para se preparar e foi um desafio enorme. Ou acabava a minha carreira ou eu tinha um novo caminho na vida e depois da novela recebi muitos convites para fazer comédia. Sou eternamente agradecido ao Silvio. Ninguém pensava em mim além do galãzinho e o Silvio pensou".
Descontraído, Cauã Reymond brinca ao falar que, ao ser chamado para a novela, teve uma grande preocupação com sua aparência física, mantida hoje em dia com dedicação aos exercícios físicos. "Quando fui fazer 'Belíssima' pensei: 'Vou malhar. Vai ficar pequeno para mim. Pelo menos vou ficar pelado de cueca vermelha e vou estar com um corpinho legal'", ri o artista, ajudado por atrizes da TV Globo a aprimorar o feminismo. "Lembro que contracenava muito com a Vera (Holtz) e toda vez perguntava como podia melhorar e enchi o saco dela tanto que um dia me falou um monte de coisa importante que sigo até hoje. Além de agradecer o Silvio e a Denise, agradeço à Vera também", conclui.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Carol Borges)