Já faz um tempo que a maquiagem natural vem invadindo as tendências de beleza e a maneira mais moderna de usar a maquiagem atualmente é para fazer uma make nada, como é chamada a maquiagem que dá a impressão de que quem usa está de cara limpa. Tudo mentira! Para sair por aí com a pele perfeita é necessário um pouco de cobertura -- quanto mais imperceptível melhor -- e de algum efeito iluminador, para criar a sensação daquele glow na pele. Até a máscara de cílios, básica em quase todas as maquiagens, vem sendo banida dos desfiles, já que os maquiadores estão dando preferência aos cílios naturais.
Além da trend supernatural, os tons terrosos e as cores quentes (o rosa, inclusive!) estão em alta e apareceram em desfiles como o Top 5 (apoiado pelo Sebrae, que revela novos talentos da moda) em duas versões: um tom de telha discreto e um alaranjado bem aceso, ambos sem muito brilho. Bobstore e João Pimenta foram outros que apostaram nos tons quentes, já em alta nos looks de make há algumas temporadas. Já o batom vermelho, clássico da maquiagem que foi hit nas semanas de moda internacionais, apareceu em desfiles como da Modem -- apenas em algumas produções -- e da Two Denin, que investiu em um visual com pegada anos 80, com direito a blush cartão.
O projeto Top 5, uma parceria do São Paulo Fashion Week com o Sebrae, leva novos talentos de todos os cantos do país para a maior semana de moda do país e tem foco em uma cadeia produtiva sustentável para pensar o futuro da moda. Nesta edição a mineira LED, do designer Célio Dias, se destacou pela proposta sem gênero e sustentável que sua grife propõe. "O desfile trouxe o nordeste como inspiração e teve o objetivo de falar de representatividade e desmistificar a figura do 'cabra macho'", conta Célio. A marca, que nasceu sem gênero ("um assunto já ultrapassado", acredita Célio) trabalha com cores vibrantes desde o início e, segundo Célio, busca traçar um mix de tecnologia com artesanato, sobretudo com o crochê. "Entendo que consegui dar uma cara contemporânea para esse trabalho que, muitas vezes, é considerado vintage. Célio, que se destacou na semana de moda também por usar uma t-shirt com o dizer "Ele não" para sua entrada final na passarela, conta que o posicionamento "em prol da humanidade e da empatia", está no DNA da marca que consegue crescer levantando essa bandeira. "Não é simplesmente uma questão política, mas humana", diz. Em alta nesta temporada, o crochê também apareceu na coleção da designer Karine Fouvry, que apostou em um desfile todo artesanal com looks em off white que remetem, também, ao nordeste e, sobretudo, à contribuição africana na cultura nordestina.