A luta pela igualdade de gênero tem ganhado cada vez mais voz no mundo artístico nacional e internacional: questões como o assédio, abordado por atrizes durante a cerimônia do Oscar, e a igualdade salarial, defendida por Reese Witherspoon na HBO, estão em debate. E, em conversa com o Purepeople, Fernanda Montenegro deu sua opinião sobre tal cenário, avaliando que, no teatro, a igualdade é mais frequente. "Sou uma mulher de teatro e no teatro tem uma coisa maravilhosa: a mulher custou a chegar ao palco, mas um dia ela pisou no palco. E no palco, quem é melhor, é melhor. Independente de sexo. Ali tem todos os sexos e sem talento, ninguém é melhor que ninguém. Na hora de se propor na sua vocação, está ali. Se é melhor uma mulher, está ali", argumenta a Mercedes de "O Outro Lado do Paraíso".
Questionada sobre o pagamento da indenização à atriz Claire Foy, cujo salário era inferior ao seu par romântico, Matt Smith, Fernanda também deixou sua opinião. "Acho que esse movimento já vem de longos anos. De vez em quando ele fica mais aparente, mas caminhamos para uma igualdade sim. Não tem porque não. Já há uma batalha, já há ganhos. Muitas coisas já estão paralelas e esse é um movimento definitivo, sem volta", destaca.
Após produtores do Netflix admitirem ter errado na disparidade salarial entre os atores, o jornal britânico "Daily Mail" publicou que a britânica receberia 200 mil libras, o equivalente a R$ 1.03 milhão. Segundo a publicação, o valor foi calculado que Matt Smith recebeu 10 mil libras a mais do que a atriz por cada hora de trabalho, apesar de o valor total pago ao ator nunca ter sido revelado.
Após viver um assédio em cena de "Deus Salve o Rei", Marina Ruy Barbosa falou sobre a sequência em uma postagem no Instagram. "Toca num assunto tão atual (apesar de ser uma novela de época), infelizmente tão presente na vida de nós mulheres. Ela nos faz lembrar a razão pela qual lutamos pelos nossos direitos, pela liberdade, pelo respeito. Sou atriz. O meu ofício é fazer arte. E a arte entretém, claro, mas também alerta, desperta no outro um olhar diferente sobre determinada situação. Sejamos fortes. A luta deve continuar hoje e sempre! Por todas as Amálias, Amélias, Marias da Penha... Por todas as mulheres vítimas... De abusos físicos ou psicológicos. Para que o silêncio vire grito e o medo vire coragem! Não é não! Não nos silenciemos!", legendou.
(Apuração de Patrick Monteiro e texto por Marilise Gomes)