Luciano Huck está prestes a estrear aos domingo na TV Globo no comando do "Domingão com Huck", programa que ficará no lugar do "Domingão do Faustão", interrompido abruptamente após mais de 30 anos na emissora pela saída repentina de Fausto Silva. Depois da exibição da final do "Super Dança dos Famosos", quadro que seguiu comandado por Tiago Leifert e que consagrou Paolla Oliveira como campeã, o marido de Angélica se prepara para assumir o horário. "O 'Domingão' que eu acredito é solar, divertido, bem-humorado, que celebra as coisas boas da vida, mas que quer resgatar a esperança. Estou muito seguro e feliz com a decisão que eu tomei", garantiu o apresentador em entrevista ao "Fantástico".
Huck, então, explicou que apesar dos fortes rumores, nunca chegou a falar que se candidataria a Presidente nas próximas eleições. "Eu estou no debate público e vou continuar no debate público. Se você perguntar a minha opinião sobre qualquer assunto eu vou te dar, eu nunca lancei uma candidatura", pontuou.
Mas assumiu que não só pensou em disputar um cargo público, como isso ainda pode vir a acontecer no futuro. "Eu não cheguei a desistir disso [candidatura], mas acho que eu estar aqui estreando o 'Domingão' era o que eu tinha que fazer, é orgânico", explicou. E afirmou: "É o que eu sei fazer, é a minha contribuição. Estou muito ansioso por isso".
Criado em uma família rica, Luciano Huck assumiu que durante muito tempo não teve acesso à realidade do país. "A televisão teve um papel muito importante na minha vida de me levar para os lugares, de conhecer os recortes desse país, de entrar na casa das pessoas. Entender que o mundo vai muito além do nosso umbigo", reconheceu.
E garantiu que a homossexualidade do irmão, o cineasta Fernando Grostein, o ajudou a abrir os horizontes: "Quando meu irmão conversou com minha mãe e comigo que ele era gay. Falar que foi fácil isso é mentira, não foi fácil. Eu tenho o maior orgulho do meu irmão, do que ele representa, do ativismo dele. Me ensinou muita coisa. Foi um momento de virada [na minha vida]".
Quando comandava o programa "H", na Band, na década de 1990, Luciano Huck criou os fenômenos Tiazinha, vivida por Suzana Alves, e Feiticeira, interpretada por Joana Prado. "Tiazinha e Feiticeira não caberiam hoje em dia", decretou o marido de Angélica. "Coube naquele contexto machista dos anos 90", afirmou Renata Ceribelli, fazendo o apresentador concordar. "A gente era muito jovem, tinha uma ingenuidade naquilo também. Do jeito que a minha geração foi educada, tem pilares que não se sustentam mais, graças a Deus", avisou o artista.
Sobre a apresentadora, com quem teve Joaquim, Benício e Eva, Huck afirmou que após o acidente aéreo sofrido em família, a espiritualização de Angélica ajudou a todos. O artista, no entanto, definiu como o pior momento da vida o dia em que o filho do meio sofreu um traumatismo craniano ao praticar wakeboard.
"No acidente do avião, se morresse, morria todo mundo. Mas no acidente com o Benício a imagem que eu tenho é dele entrando no centro cirúrgico, a Angélica caindo de joelhos, literalmente, gritando. Depois você vê uma mãe ir para o quarto e ficar 6 horas ajoelhada rezando, sem levantar. To até arrepiado. A divisão de felicidade e caos é uma linha tão tênue. A vida é um sopro. A gente tem que dar valor aos momentos de felicidade que a gente tem. A minha vida mudou", afirmou.