Em entrevista a Marília Gabriela no programa "De frente com Gabi", do SBT, uma das maiores cantoras do Brasil abriu o jogo e falou, entre outros assuntos, sobre drogas, espiritualidade, filho e projetos musicais. Seu nome é Gal!
Gal Costa, apontada pela MTV como destaque musical do ano, contou sobre a experiência que teve com tóxicos. "Uma vez experimentei 1/4 de LSD, mas nunca me viciei em nada. Eu tinha medo", revelou a artista no programa que vai ao ar nesta quarta-feira (12).
A integrante da Tropicália, movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968, se encontra em fase de renovação. Incentivada por Caetano Veloso (conhecido por distribuir "selinhos" a amigos e amigas), parceiro de longa data e criador do álbum, Gal lançou neste ano "Recanto". O CD surgiu com um toque inovador, e bastante arriscado para quem produziu o último trabalho calcado em clássicos da MPB: a sonoridade eletrônica. "Foi ideia do Caetano o disco "Recanto", porque eu estava cantando fora do Brasil", contou Gal na entrevista ao SBT.
Com 32 discos gravados, Gal relembrou os altos e baixos da carreira: "Quando fiz 'Cantar', com o Caetano, foi mal recebido pela crítica e hoje é um dos meus grandes sucessos". Ela acrescentou ainda, em referência ao mesmo álbum, que o trabalho não foi bem aceito pelo público por ser muito suave, contrastando com a imagem forte criada pela cantora a partir do tropicalismo.
Como não poderia faltar, Gal falou sobre a relação com os companheiros de trabalho e grandes amigos: "Minha conexão musical com Caetano vem de João Gilberto. Acho que existe uma conexão espiritual entre mim, Caetano, Gil e Bethânia".
A diva dos agudos precisos se queixou da imprensa em relação aos artistas brasileiros. "A própria imprensa desvaloriza os músicos brasileiros frente os estrangeiros", declarou a cantora, que disse ainda ter "um público americano cativo" que gosta dela e compra os seus discos.
Sobre religião, Maria da Graça Costa Penna Burgos, ou simplesmente Gal Costa, deixou clara a sua escolha. "Eu tenho um compromisso religioso com o Gantois", disse ela, que frequenta um terreiro que fica no bairro da Federação, em Salvador, na Bahia: "Sempre que posso, vou. Especialmente à festa de Obaluaê, que é meu Orixá, e Iansã".
A cantora contou também sobre os problemas para ter um filho. "Nunca engravidei porque tinha as trompas obstruídas e minha mãe sempre dizia para adotar", lembrou ela que, como boa filha obediente, seguiu os conselhos da mãe, Mariah Costa, morta em 1993, e adotou Gabriel, em 2007.
Coruja, a cantora hoje baba pelo filhão, de 7 anos. "Gabriel é um menino inteligente, totalmente do bem. Gostaria que ele fosse músico, um grande compositor. Ele é o filho que eu sempre sonhei", finalizou.