Ao longo da novela "O Rico e Lázaro", Asher (Dudu Azevedo) e Zac (Igor Rickli) disputaram o amor de Joana (Milena Toscano). A rivalidade chegou ao ponto do filho de Elga (Denise Del Vecchio) esconder da jovem condenada à morte por Belsazar (Marcelo Arnal), que o rival não havia morrido. Mas na reta final da trama, os hebreus vão descobrir que ainda são amigos, adianta ao Purepeople a autora Paula Richard. "A história deles, dessa amizade tão forte que, apesar de ter sido abalada por tantas coisas, ainda está ali. Até o final. Quem tem um amigo de infância, praticamente um irmão, sabe como esse laço é forte. Sabe da mistura de amor e ódio que uma relação tão intensa pode conter", afirma.
E em nome dessa amizade, o marido de Joana vai tentar evitar que o pior aconteça a ele "Quando se tornou Lázaro, Asher se fortaleceu e compreendeu que, mesmo que coisas ruins aconteçam, ele as superará e será recompensado. Ele compreende que o poder do amor é muito maior do que o ódio. E é imbuído desse amor que ele tentará salvar seu grande amigo de ir para o inferno", explica. "As mortes deles serão muito, muito emocionante", acrescenta. O último capítulo do folhetim bíblico, no ar dia 20, vai revelar ainda quem matou Chaim (Henri Pagnoncelli), em trama inspirada no clássico de Dostoiévski, "Irmãos Karamazov".
Segundo Paula, Zac não foi construído para ser vilão e, por isso, teve uma torcida a seu favor. "Eu vi o público torcendo fervorosamente por ele. Era bom, mas se perdeu, foi cometendo erro e fazendo escolhas erradas. Mas sempre que errou foi movido pelo seu desejo por Joana e o de ser amado, diz. "Ficou rico para impressionar o pai e ganhar seu amor, e para conquistar Joana, não por pura ganância", defende. "E sente-se culpado por não conseguir amar Malca (Mariza Marchetti) - que vai dar à luz filho morto. "Normal que uma parte torcesse por ele e por sua redenção. O final dele não é para ser catártico como o final de um vilão. Pessoalmente, sinto uma imensa pena", diz.
Além disso e das mortes de Joana e Nitócris (Sthefany Brito), os últimos capítulos vão mostrar, por exemplo, o Banquete de Belsazar, que marca a queda da Babilônia nas mãos dos Persas, e a Cova dos Leões, na qual Daniel (Gabriel Gracindo) será jogado. "A Babilônia não terá sossego até o fim!", diverte-se Paula. Os efeitos especiais e o elenco ganham elogios da autora, responsável por uma minissérie e pela substituta de "Apocalipse", trama que terá traição entre irmãos. "A Casablanca (produtora) tem realizado efeitos especiais incríveis, que não deixam nada a dever aos gringos e ele fez um Daniel incrível!", elogia. "Todo o elenco me proporcionou muita alegria e vários se destacaram. Mais de uma atuação ali merecia um prêmio, com certeza!", reforça a autora do folhetim que ficou atrás de "Carinha de Anjo" na audiência.
Em uma novela recheada de vilões, Paula dá sua opinião por que eles são tão amados. "Eles podem tudo! (risos). Podem dizer atrocidades, fazer o que desejam sem amarras morais, podem revelar os desejos mais mesquinhos, a podridão escondida, seus defeitos humanos condenáveis, podem ultrapassar os limites em busca do que desejam", enumera. "Resumindo: podem fazer o lado negro que não pode prevalecer em cada um de nós. E procurei fazer vilões humanizados porque ninguém é 100% ruim ou bom", acrescenta dizendo ter ouvido críticas a Joana quando a mocinha impediu o assassinato de Nebuzaradã (Angelo Paes Leme). "Muita gente a chamou de chata, de estraga-prazer. Talvez isso seja um reflexo dos tempos que vivemos", opina, defendendo, em parte, Sammu-Ramat (Christine Fernandes). "Como não se compadecer de uma menina que é vendida pelo pai?", questiona. "Mas ela ultrapassa todos os limites aceitáveis para conquistar o que deseja", finaliza.
(Por Guilherme Guidorizzi)