O "apagão" de SBT, RedeTV! e Record TV das operadoras de TV a cabo em São Paulo foi fator determinante para que a novela "O Rico e Lázaro" ficasse atrás de "Carinha de Anjo" na disputa pela audiência. Pelo menos essa é a opinião de Paula Richard, autora do folhetim, que chega ao fim dia 20 sem repetir os índices elevados de "Os Dez Mandamentos" - a trama chegou a 31 de pico com a abertura do Mar Vermelho. "Havia muita expectativa por parte da direção, produção, toda equipe e elenco em relação à novela. Todos viam falar comigo empolgados pelo texto e a produção e direção foram de uma qualidade incrível! Cenários, figurinos, efeitos especiais, atuações... Tudo para arrebentar. Mas aí, na segunda semana, veio a Simba", lamenta, ao Purepeople.
A Simba é a empresa formada pelas três emissoras para negociar a transmissão do sinal com as operadoras. "Perdemos 30% de audiência com o corte do sinal e o SBT perdeu menos, creio que 10%. Isso porque a Record tem um público maior usando a TV a cabo. Além disso, a Globo, depois de muitas novelas que ficaram abaixo de sua média, finalmente emplaca um sucesso ('A Força do Querer')", afirma. "Uma pena porque tivemos atuações extraordinárias, cenas e sequências lindíssimas", lamenta. "Carinha" já tinha seu público consolidado e "Rico" estava apenas começando. A partir daí, não havia mais como usar a média da audiência para parâmetro", acrescenta. Nessa reta final, a trama bíblica vai exibir as mortes de Joana (Milena Toscano) e Belsazar (Marcelo Arnal) e o sofrimento de Malca (Mariza Marchetti) por dar à luz filho morto.
Paula frisa, contudo, que "O Rico" consegue aumentar a audiência da Record. "Apesar disso, ela recebe e sobe em média 4 pontos, indo num crescente até o último minuto. Segura o público pelo chifre!", diverte-se, negando qualquer insatisfação por parte da emissora. "Em nenhum momento! Pelo contrário, o Edgar Miranda (diretor) e eu só recebemos elogios da direção. O retorno que recebemos é maravilhoso", garante. A trama será substituída por "Apocalipse", que terá no enredo traição entre irmãos.
Paula critica ainda o que chama de preconceito com tramas inspiradas na Bíblia. "Muita gente não vê, mas fala mal só por falar. Toda novela tem defeitos e acompanhei de perto as críticas de quem assiste. Mas, crítica de quem não assiste, realmente não dá pra levar a sério!", dispara a autora. "Acompanho os comentários de quem assiste e é altamente gratificante! Alguns têm críticas, que levo em consideração, até porque uma novela é feita para o publico e é o julgamento dele que conta", indica. Sem férias, vai assinar uma minissérie e a substituta de "Apocalipse", folhetim que marca o retorno de Bia Seidl à teledramaturgia.
(Por Guilherme Guidorizzi)