Família e amigos velaram o ator Sérgio Mamberti, que morreu aos 82 anos nesta madrugada (3) vítima de falência múltipla dos órgãos. O produtor, diretor, político e artista plástico estava internado em hospital de São Paulo desde o dia 25 e seu estado já era considerado delicado em decorrência de problemas renais e pulmonares. Com seis décadas de carreira, Mamberti acumulou personagens de sucesso como o tio Vitor do programa infantil "Castelo Rá-Tim-Bum" (TV Cultura, 1994/1997).
O velório do ator foi no Teatro Sesc Anchieta, na Vila Buarque, no Centro de São Paulo e o corpo, enterrado no Cemitério da Consolação. Intérprete do Nino da série infantil, Cássio Scapin foi um dos que se despediu do colega de trabalho. Em sua rede social, o artista já havia lamentado a morte de Mamberti, assim como outros famosos.
"Partiu um homem, um artista que lutou pelo progresso e desenvolvimento da nação brasileira, com as armas que tinha, a cultura e a arte! Fará imensa falta a sua força! Nosso coração doido se despede com muita dor e uma grande salva de palmas! Bravos, meu querido!", escreveu Scapin.
Um dos filhos do artista também se pronunciou, ao portal "G1": "Meu pai deixou um legado de amor pela cultura do Brasil. Que todo mundo se inspire na força dele para deixar nossa cultura cada vez mais forte e expressiva", afirmou Carlos, irmão de Duda e Fabrício, filhos do casamento com Vivien Mahr.
Além da família, que levou o caixão do ator até o interior do teatro a cerimônia de despedida reuniu ainda Celso Frateschi e o vereador Eduardo Suplicy. Entre 1982 e 2019, Mamberti teve um relacionamento com Ednardo Torquato até a morte dele.
Natural de Santos (SP) e nascido Sérgio Duarte Mamberti em 22 de abril de 1939, o artista estreou na TV em 1968 na novela "Ana", da Record. Participou ainda da primeira versão de "As Pupilas do Sr. Reitor" (1970, na mesma emissora) além de "Brilhante" (1981), seu trabalho inaugural na Globo.
Um dos papéis mais marcantes veio em 1988 como o Eugênio de "Vale Tudo". No ano seguinte, esteve em "Cortina de Vidro", no SBT. Passou ainda pela Manchete (em novelas como "Dona Beija", 1986) e Band (com "O Campeão", 1996). Entre 1997 e 2004 emendou trabalhos na Globo como em "O Clone" (2001, que retorna ao vídeo em outubro) e "Flor do Caribe" (2013), além de "Sol Nascente" (2016), sua última novela.
No teatro foram mais de 10 peças e no cinema, incontáveis filmes com destaque para "A Menina do Lado" (1987). Acumulou prêmios como o Saci, o Mambembe e o da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). No lado político, o artista filiado ao PT ocupou cargos como Presidente da Fundação Nacional de Artes.