A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a morte de Marlon Augusto, de 19 anos, ocorrida na última segunda-feira de Carnaval. Filho de Edson Cigano, vocalista e percussionista do grupo de pagode Pique Novo, o jovem foi morto com um tiro nas costas. O crime aconteceu no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, durante uma confusão envolvendo o grupo de bate-bolas que Marlon integrava.
Segundo a 57ª DP (Nilópolis), responsável pelo caso, quatro pessoas já prestaram depoimento e policiais civis estão nas ruas em busca de outras testemunhas. A delegacia também aguarda o resultado da perícia realizada no local do assassinato. "Todos os procedimentos estão sendo adotados para identificar a autoria do crime", informa a instituição em nota.
Marlon e amigos estavam uma festa de rua, quando outro grupo de bate-bolas chegou ao local e uma briga começou. A confusão terminou em tiros e, além do rapaz, outras duas pessoas foram baleadas. O corpo do filho do vocalista do grupo Pique Novo foi enterrado na terça-feira.
"Estou acompanhando as investigações. Queremos justiça. Esse crime não pode ficar impune. Foi covardia o que fizeram com ele. Na vizinhança, está todo mundo chocado e triste", diz Edson Cigano, em entrevista ao Purepeople. "Marlon era um filho ótimo, carinhoso. Eu o chamava de negão. Era um cara batalhador e estava fazendo um curso para se preparar para um concurso da Marinha".
Segundo o cantor de pagode, ele já havia alertado o filho a não sair mais vestido de bate-bola no Carnaval. Nesses grupos, pessoas saem fantasiadas de palhaços no subúrbio do Rio de Janeiro. O que era uma brincadeira, no entanto, ficou perigosa com o passar o tempo. Os grupos tornaram-se rivais e, com frequência, há conflitos.
"No ano passado, conversei com ele e pedi para que não saísse mais vestido no Carnaval de bate-bola. Essa brincadeira acabou. Não dá mais para sair mascarado. É muito perigoso. Ele vendeu a fantasia, mas, este ano, uns amigos o chamaram novamente e lhe emprestaram a roupa. Jovem, no impulso, foi. E, nisso, meu filho não voltou mais", lamenta.
(Por Anderson Dezan)