Filho da atriz Tonia Carrero, morta há dois anos, Cecil Thiré morreu nesta sexta-feira (9). O ator foi encontrado já sem vida, aos 77 anos, em sua casa no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Há alguns anos, o artista enfrentava uma luta contra o Mal de Parkinson e estava longe da TV há 8 anos, quando atuou na novela "Máscaras" (2012) na Record TV. Um dos papeis mais marcantes foi o de Alberto, o serial killer da novela "A Próxima Vítima" (1995), na Globo. A morte de Cecil é mais uma baixa no meio artístico nesse ano, que já havia perdido Flavio Migliaccio, em maio, e Gêsio Amadeu e Chica Xavier, há dois meses, além de Arnaldo Saccomani, também em agosto.
Nas redes sociais, dois dos quatro filhos de Cecil, Luísa e Miguel, frutos do casamento do ator com Norma Pesce, lamentaram não poderem dar um velório tradicional ao pai, por conta das medidas de isolamento social pela pandemia do novo coronavírus. "Ele merecia ter o velório mais lindo do mundo, cercado de gente que ele ama. Papai foi um guerreiro. Lutou pela democracia, pela arte, lutou pelo teatro. Teve quatro filhos, sete netos e foi um guerreiro até o último minuto", afirmou a atriz, irmã de Carlos (também filho de Norma) e de João Cavalcanti (do casamento do ator com Carolina Cavalcanti).
Cecil Aldary Portocarrero Thiré nasceu em 28 de maio de 1943 no Rio de Janeiro e foi o único filho de Tonia Carrero, do casamento da atriz com Carlos Arthur Thiré, um artista plástico. Aos 17 anos, Cecil já estudava interpretação e aos 19 dirigiu seu primeiro filme, "Os Mendigos". Apesar de uma extensa carreira nos palcos e nas telonas, foi na TV que o ator colecionou seus trabalhos mais marcantes. A estreia foi em 1967 na extinta Tupi em "Angústia de Amar". Em 1974 estreou na Globo com "O Espigão". Foi visto ainda em "Sol de Verão" (1982), "Champagne" (no ano seguinte), "Roda de Fogo" (1986), no qual viveu o homossexual Mário, "Sassaricando" (um ano mais tarde) e "Top Model" (1989), na pele de Alex Kundera, além de "Zazá" (1997) e da série "Labirinto" (1998). Foi o Bartomoleu de "A Muralha" (2000), o Ramirez de "Kubanacan" (2003) e o Filipe de "Celebridade" (2005).
Em 2006 foi contratado pela Record estreando em "Cidadão Brasileiro". Na emissora deu vida também ao Armando de "Poder Paralelo". No cinema foram mais de 20 trabalhos, seja como ator, assistente de direção ou diretor, em "O Diabo Mora no Sangue" (1968). Esta função também exerceu na TV, na novela "Araponga" (1990). Foi visto em "Os Fuzis", "Ainda Agarro esta Vizinha", "Fábula de la Bella Palomera", "O Quatrilho" e "Didi, o Caçador de Tesouros", seu último papel na sétima arte. Nas redes sociais, há exemplo do que ocorreu com Moraes Moreira, outra perda de 2020, os famosos se despediram de Cecil. "Vá em paz!", desejou Walcyr Carrasco.
(por Guilherme Guidorizzi)