Maria Ribeiro não conteve a emoção, e nem o humor, ao ser anunciada como Melhor Atriz pelo longa-metragem brasileiro "Como Nossos Pais", de Lais Bodanzky, vencedor de seis prêmios no 45º Festival de Cinema de Gramado, no sábado (26). Ao ser chamada ao palco para pegar o Kikito no evento que contou com Camila Pitanga e Antonio Pitanga, a atriz, casada com Caio Blat após superar uma crise na relação, brincou com a presença do ex-marido, Paulo Betti, na plateia: "Pô, Paulo! Presta atenção! Eu estou falando e você fica mexendo no celular! Caraca, sem noção!" Em seguida, Maria falou sobre o trabalho. "Eu sabia que estava diante do papel da minha vida. Laís, esse é o papel da minha vida. Que bom que a gente pode falar desse cinema humanista. Não é feminista, é humanista, é sobre pessoas que se amam", vibrou a intérprete de Rosa no filme, uma mulher de 38 anos que vive a crise dos 40 sobre os rumos da sua vida pessoal e profissional.
Colega de cena de Maria Ribeiro em "Como nossos Pais", Paulo Vilhena lamentou o atual momento do país e fez um discurso contra o atual governo durante a premiação, que este ano homenageou a atriz Dira Paes. "Estamos vivendo uma era tão difícil, todo mundo está sentindo na pele o que é viver neste país do jeito que está. Fazemos cinema e arte para tentar melhorar isso. O cara que está lá representando a gente querer nos prejudicar, vá lá, entendemos. Agora, ele querer prejudicar nossos filhos e netos? Acho que vale nosso pensamento de atitude. Fora Temer e viva a Amazônia", declarou o namorado da gerente de marketing Amanda Beraldi, com quem assumiu o relacionamento publicamente em junho deste ano. A cineasta Laís Bodanzky, que subiu ao palco para receber o troféu na categoria de Melhor Direção, fez uma dedicação especial: "Quero dividir com todas as mulheres do cinema brasileiro esse Kikito que vou guardar para sempre com muito carinho. Eu tenho muito orgulho de estar aqui, como cineasta e mulher. Gostaria de destacar que essa pesquisa da Ancine (que aponta que as mulheres ocupam 15% dos cargos de direção e roteiro nas produções nacionais) mostra ainda que não há mulheres negras nessas posições. Elas não estão no espaço do discurso. Acho que essa é a nossa nova fronteira que a gente vai descobrir, e vai se alimentar de histórias incríveis que elas vão contar, pois elas já estão no curta-metragem estão chegando".
Caio Blat usou a sua conta do Instagram para parabenizar a mulher, com quem chegou de mãos dadas para a exibição do filme durante o Festival, no sábado (19). "Parabéns, Morena, sua Rosa é sublime. Melhor atriz em Gramado, mais que merecido. 'Como Nossos Pais' imperdível, filme do ano. Te amo muito", escreveu o ator. A atriz também deixou um registro nas suas redes sociais. "Obrigada, Lais, você é demais! Que honra poder fazer uma mulher tão cheia de vida e amor, tão errada e certa, tão verdadeira e forte, frágil e de all star". Paulo Vilhena também escreveu: "O reconhecimento em forma de Kikito, que honra! Sempre disse que as premiações não fazem muito sentido, mas hoje entendi o que elas podem causar e significar e causou em mim uma sensação única de vaidade e reflexão".
LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme: "Como Nossos Pais", de Laís Bodanzky
Melhor Direção: Laís Bodanzky, por "Como Nossos Pais"
Melhor Atriz: Maria Ribeiro, por "Como Nossos Pais"
Melhor Ator: Paulo Vilhena, por "Como Nossos Pais"
Melhor Atriz Coadjuvante: Clarisse Abujamra, por "Como Nossos Pais"
Melhor Ator Coadjuvante: Marco Ricca, por "As Duas Irenes"
Melhor Roteiro: Fábio Meira, por "As Duas Irenes"
Melhor Fotografia: Fabrício Tadeu, por "O Matador"
Melhor Montagem: Rodrigo Menecucci, por "Como Nossos Pais"
Melhor Trilha Musical: Ed Côrtes, por "O Matador"
Melhor Direção de Arte: Fernanda Carlucci, por "As Duas Irenes"
Melhor Desenho de Som: Augusto Stern e Fernando Efron, por "Bio"
Melhor Filme - Júri Popular: "Bio", de Carlos Gerbase
Melhor Filme - Júri da Crítica: "As Duas Irenes", de Fabio Meira
Prêmio Especial do Júri: Carlos Gerbase, pela direção dos 39 atores e atrizes em "Bio"
Prêmio Especial do Júri – Troféu Cidade de Gramado: Paulo Betti e Eliane Giardini, pela contribuição à arte dramática no teatro, televisão e cinema brasileiros
LONGAS-METRAGENS ESTRANGEIROS
Melhor Filme: "Sinfonia Para Ana", de Virna Molina e Ernesto Ardito
Melhor Direção: Federico Godfrid, por "Pinamar"
Melhor Atriz: Katerina D'Onofrio, por "La Ultima Tarde"
Melhor Ator: Juan Grandinetti e Agustín Pardella, por "Pinamar"
Melhor Roteiro: Joel Calero, por "La Ultima Tarde"
Melhor Fotografia: Fernando Molina, por "Sinfonia Para Ana"
Melhor Filme - Júri Popular: "Mirando al Cielo", de Guzman García
Melhor Filme - Júri da Crítica: "Pinamar", de Federico Godfrid
Prêmio Especial do Júri: "Los Niños", de Maite Alberdi
CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme: "A Gis", de Thiago Carvalhaes
Melhor Direção: Calí dos Anjos, por "Tailor"
Melhor Atriz: Sofia Brandão, por "O Espírito do Bosque"
Melhor Ator: Nando Cunha, por "Telentrega"
Melhor Roteiro: Carolina Markowicz, por "Postergados"
Melhor Fotografia: Pedro Rocha, por "Telentrega"
Melhor Montagem: Beatriz Pomar, por "A Gis"
Melhor Trilha Musical: Dênio de Paula, por "O Violeiro Fantasma"
Melhor Direção de Arte: Wesley Rodrigues, por "O Violeiro Fantasma"
Melhor Desenho de Som: Fernando Henna e Daniel Turini, por "Caminho dos Gigantes"
Melhor Filme - Júri Popular: "A Gis", de Thiago Carvalhaes
Melhor Filme - Júri da Crítica: "O Quebra-Cabeça de Sara", de Allan Ribeiro
Prêmio Canada 150 de Jovens Cineastas: Calí dos Anjos ("Tailor")
Prêmio Canal Brasil de Curtas: "O Quebra-Cabeça de Sara", de Allan Ribeiro
Prêmio Especial do Júri: "Cabelo Bom", de Swahili Vidal e Claudia Alves