Fernanda Torres foi eleita a Melhor Atriz do Globo de Ouro 2025, se tornando a primeira brasileira a levar o troféu para casa - no caso, por sua atuação no filme "Ainda Estou Aqui". Em seu discurso sem tom político, a filha de Fernanda Montenegro e Fernando Torres (1927-2008) dedicou a estatueta para a mãe, que acompanhou a vitória de casa.
Mas você sabia que muito antes de despontar como favorita do Oscar e antes de faturar o Globo de Ouro, há quase 40 anos Fernanda já havia ganho um troféu internacional por seu trabalho no cinema? Mais precisamente em 19 de maio de 1986. Essa curiosidade, o Purepeople resgata para você.
+ saiba por que Fernanda Torres não usou look de estilista brasileiro no Globo de Ouro?
O prêmio em questão foi o de Melhor Atriz no Festival de Cannes. Aliás, na época, o Brasil já tinha abocanhado outras estatuetas como a Palma de Ouro em 1962 (por "O Pagador de Promesas", de Anselmo Duarte, 1920-2009) e o troféu de Melhor Direção para Glauber Rocha (1939-1981) por "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro".
Então com 20 anos e só cinco filmes no currículo, Fernanda dividiu a estatueta com Barbara Sukowa (atriz alemã premiada pelo protagonismo em "Rosa Luxemburgo"). No filme "Eu Sei Que Vou te Amar", de Arnaldo Jabor (1940-2022), a filha de Fernanda Montenegro viveu Ela e fez par com Thales Pan Chacon (1956-1997, assim como Lauro Corona, morto por complicações da Aids), que foi Ele.
Por conta das gravações do remake da novela "Selva de Pedra" (1986), Fernanda não compareceu à premiação. "Fiquei muito feliz. Lamentei não estar lá para receber o prêmio. Mas, por outro lado, pude receber a notícia com calma e tranquilidade, coisa que não aconteceria em Cannes", afirmou ao "O Globo", acrescentando que no dia seguinte à vitória encararia uma maratona de 40 cenas para serem gravadas.
Quem lhe contou foi seu então marido, Lui Faria. Já o pai da atriz, exaltou o trabalho da filha. "Ela vem mantendo uma coerência que nos gratifica. Está ótima em "Marvada Carne", fabulosa em outros trabalhos (...). Ela entendeu bem o diretor, e o prêmio é resultado de um esforço pessoal, de uma grande entrega artística", destacou.
"Ela está magistral, mas a gente fica sempre meio em dúvida, essa coisa de Terceiro Mundo. Mas Cannes não tem nada disso, não tem aquele deslumbramento com os "pobres, talentos e exóticos irmãos terceiro-mundistas (...). Esta premiação não tem cartolagem nem apadrinhamento de associações", completou Fernanda Montenegro.