Um dos grandes galãs dos anos 1980, Lauro Corona morreu aos 32 anos em julho de 1989 após se afastar mais de uma vez das gravações da novela das seis "Vida Nova". O artista, família, amigos e colegas de elenco jamais admitiram diagnóstico da Aids, doença que vitimou alguns famosos.
"O chato é que as notícias e os boatos a meu respeito me metralharam!", afirmou ao jornal "O Globo" em 14 de fevereiro, quando a previsão era que voltasse a trabalhar em 10 dias no máximo. Porém, só em 16 de março daquele ano que Lauro retornou às gravações do folhetim de Benedito Ruy Barbosa, onde interpretou seu último personagem, Manuel Vitor.
O jornal indicou possíveis razões para o afastamento de Lauro sem citar a Aids: "A exposição à alta temperatura do forno à lenha da padaria de Manoel Vítor, o fogo químico no estúdio e mais a limpeza do estúdio com removedor de tinta provocaram náuseas e torpor no ator". Já Lauro afirmou estar com estafa devido à dificuldade em decorar os textos.
"O Manoel Vítor me exige demais, um grande cansaço mental, além de um torpor, ou melhor, uma sensação desagradável. Pedi dez dias de descanso, que viraram dez dias de entrevistas. Se todo mundo aguentava e eu não, o que era? Cansaço. Então, resolvi dar um tempo. O chato é que as notícias e os boatos a meu respeito me metralharam!", disparou.
Foram quase dois meses de afastamento até voltar ao trabalho com externa nos jardins do Palácio Guanabara, que recebeu o velório de Cid Moreira no último dia 4. A primeira saída de Lauro da trama afetou a história e provocou a morte de Samuel (papel do ator José Lewgoy-1920-2003).
O jornal "O Globo" relatava que Lauro deixou a trama pouco antes do carnaval alegando estafa e chegou a morar na casa da irmã em Teresópolis (Região Serrana do Rio).
"Não sou só eu quem está com estafa: o Brasil está estafado com a morte do Chico Mendes (seringueiro e ativista assassinado no fim de 1988), com a tragédia do Bateau Mouche (navio que naufragou na Baía da Guanabara) no primeiro dia do ano, com o viaduto da Barra caindo, com o Plano Verão, e com a instabilidade, a falta de segurança...", listou ele, visto atualmente na reprise de "Corpo a Corpo".
Cerca de dois meses após retornar ao trabalho, voltou a se afastar agora em definitivo. Em 12 de julho, deu entrada a clínica São Vicente, na Gávea, onde faleceu Emiliano Queiroz há alguns dias. Oito dias depois, o artista morreu vítima de insuficiências respiratória e renal, hemorragia digestiva e infecção generalizada, de acordo com o laudo médico.