A presidenta Dilma Rousseff lamentou nesta segunda-feira (03) a morte do cineasta Eduardo Coutinho, 80 anos, assassinado a facadas na manhã de domingo (02) em sua casa, localizada no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro. Por meio do Twitter, Dilma disse que o Brasil e o cinema brasileiro perderam "seu maior documentarista".
"Foi com tristeza que soube da trágica morte do cineasta Eduardo Coutinho, autor de 'Cabra Marcado para Morrer', 'Peões' e 'Edifício Master'. O Brasil e o cinema brasileiro perderam ontem seu maior documentarista", escreveu a presidenta no microblog.
A mulher do cineasta, Maria das Dores de Oliveira Coutinho, 62 anos, também foi esfaqueada e está internada no Hospital Municipal Miguel Couto. O diretor não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
O filho do casal Daniel Coutinho, 41, suspeito de ter matado o pai e tentado assassinar a mãe, está sob custódia da Divisão de Homicídios. De acordo com a Polícia Civil, depois de esfaquear os pais, Daniel tentou se matar com duas facadas no abdômen, mas sobreviveu.
"Ao que parece, não houve briga. Vamos concluir a perícia em 24 horas para saber a dinâmica dentro do apartamento", informou o delegado Rivaldo Barbosa, em coletiva de imprensa. Vizinhos ouvidos pela polícia acreditam que Daniel tenha tido um surto de esquizofrenia.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel e Maria das Dores estão na Unidade Intermediária, em situação estável, mas ainda precisando de cuidados médicos.
Ela foi golpeada com duas facadas nos seios e três no abdômen, sendo que um dos golpes causou uma lesão no fígado. De acordo com Rivaldo Barbosa, a mulher de Eduardo Coutinho sobreviveu porque correu para o banheiro e se trancou após ser atingida. No banheiro, ela ligou para o outro filho, Pedro, e só saiu com a chegada dos bombeiros.
Daniel deve responder pelos crimes de homicídio doloso, quando há intenção de matar, e tentativa de homicídio doloso, por ter golpeado a mãe. O corpo de Eduardo Coutinho está sendo velado no Cemitério São João Batista, na Zona Sul do Rio, onde será enterrado às 16h.
O cineasta começou sua carreira na ficção, mas, nos anos 70, iniciou a trajetória de documentarista ao dirigir uma série de programa para o "Globo Repórter". Em 1984, concluiu "Cabra Marcado para Morrer", filme que o consagrou internacionalmente.
Em junho passado, Eduardo Coutinho foi convidado, junto com José Padilha, a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação do Oscar.