Manter uma alimentação equilibrada e priorizar alimentos saudáveis têm papel fundamental na prevenção a diversas doenças: no Dia Mundial do Câncer, celebrado neste 4 de fevereiro, a nutricionista Adriana Stavro aponta o impacto da nutrição como aliada.
"A taxa global de novos casos está aumentando junto com o envelhecimento da população mundial: 1 em cada 5 homens e 1 em cada 6 mulheres em todo o mundo desenvolvem algum tipo de câncer ao longo da vida, e 1 em cada 8 homens e 1 em cada 11 mulheres morrem da doença", alerta a especialista.
Ela ainda acrescenta que a probabilidade de cada pessoa relaciona-se com fatores genéticos, causas ambientais e de estilo de vida. "Embora algumas condições não possam ser controladas como mutações genéticas hereditárias, há uma série de hábitos modificáveis que podem ajudar a prevenir o câncer", aponta.
A nutricionista aponta que o chá verde, comparado a outras bebidas de infusão similares, contém a maior quantidade de compostos bioativos que pertencem ao grupo dos polifenóis, compostos que podem regular o crescimento, a sobrevivência e a metástase de células cancerígenas em vários níveis.
"A epigalocatequina 3 Galato (EGCG), substância presente no chá verde, foi amplamente estudada por seu potencial efeito protetor de vários tipos de cânceres em humanos", aponta.
Outro ponto de alerta da nutricionista é sobre o consumo de carne processada. "É aquela que foi transformada por meio de salga, cura, fermentação, defumação ou outros processos para realçar o sabor ou melhorar a preservação. Alguns exemplos são o presunto, salame, bacon e a salsicha", indica.
Já a carne vermelha deve ser incluída com atenção na dieta: em excesso, podem facilitar o desenvolvimento de câncer no intestino (cólon e reto), uma vez que possuem grandes quantidades de ferro heme, nutriente que, em excesso, pode ter efeito tóxico sobre as células.
Mais um item para nutriente essencial no cardápio é a vitamina B9, encontrada em feijões, lentilha, ervilha, grão de bico, ovos e carne são alguns alimentos ricos em B9.
"Uma análise conjunta de 23 estudos prospectivos envolvendo um total de 41.516 casos de câncer de mama e 1.171.048 indivíduos, mostrou que a ingestão de folato está associada a uma redução de 18% no risco de desenvolver câncer de mama. Além disso, a alta ingestão de folato, foi inversamente associada ao risco de câncer no útero, nos ovários e endometrial", detalha a nutricionista.
Além de trazer benefícios ao coração e ajudar no controle da imunidade, a cúrcuma é eficaz na prevenção ao câncer: a raiz possui um pigmento antioxidante chamado curcumina. "O uso dela como agente terapêutico e preventivo no câncer de mama é apoiado por extensas evidências derivadas de estudos laboratoriais e com animais, demonstrando atividade biológica diversa contra células tumorais", indica Adriana.
De acordo com a nutricionista, a vitamina B6 também é uma opção certeira. "É encontrada em alimentos como carnes bovina, suína, leite e ovos, aveia, banana, gérmen de trigo, abacate, levedo de cerveja, cereais, sementes e nozes. A B6 participa de muitas reações bioquímicas, e pode desempenhar papel importante na proteção da carcinogênese", explica.
Assim como esses alimentos, alho, cebola, cebolinha e alho-poró entram em um cardápio preventivo. "São vegetais que possuem estes compostos além de flavonoides e vitamina C.
Além da alimentação, ser fisicamente ativo é fundamental para a prevenção e tratamento da doença, sinaliza a nutricionista. "Em um estudo recente com 2.705 homens, que avaliou atividade física e sobrevida após diagnóstico de câncer, os indivíduos que se exercitavam três ou mais horas por semana, tinham risco 61% menor de morrer, em comparação com homens com menos de 1h de atividade física por semana", aponta.