Renata Silveira fez história na Globo nesta manhã de terça-feira (22) no terceiro dia de Copa do Mundo 2022 do Catar. A profissional de 34 anos foi a primeira mulher a narrar uma partida de Mundial em TV aberta, com Dinamarca e Turquia, integrantes do Grupo D ao lado de França e Austrália, que se enfrentam às 16h. Essa Copa que dará um prêmio milionário para o campeão vem reforçando ainda mais o espaço dedicado às mulheres na cobertura jornalística.
Na partida do primeiro Mundial em país árabe e marcado por protestos contra a homofobia, Renata teve a companhia dos comentaristas Richarlyson, Zé Roberto (ambos ex-jogadores) e Paulo César de Oliveira (ex-árbitro). Por volta dos 10 minutos de jogo, seu nome já figurava na lista de assuntos mais comentados no Twitter e com muitos elogios.
"Gigante", "sabe demais", "fazendo história", "gosto muito. Calma e fala de um jeito que qualquer um é capaz de entender", "confesso que gosto dela até mais que alguns narradores já consagrados" e "é uma enciclopédia humana" foram alguns dos comentários.
"Tão bom ver a representação feminina", reforçou mais um. "Está sendo bom demais", "TV no ápice" e "maravilhosa" foram outros elogios a Renata. Por outro lado, poucos torceram o nariz para a narradora, lembrando as críticas sofridas por Deborah Secco pelo seu look em programa esportivo. "Finalmente no mudo" e "péssima" disseram internautas.
Integrante do time de narradores da Copa do Mundo ao lado de nomes como Galvão Bueno (que se despede da locução neste Mundial), Luis Roberto e Cléber Machado, Renata é formada em Educação Física, tem pós-graduação em Jornalismo e é proprietária de uma academia. Em 2014 após participar de um concurso na Rádio Globo, a profissional fez sua estreia narrando a Copa daquele ano.
De lá para cá narrou torneios como a Eurocopa e a Libertadores. Renata nasceu e foi criada em Ramos, bairro da Zona Norte do Rio, alia a paixão pelo esporte com o amor pelo balé. "Nunca pensei em trabalhar com futebol, muito menos em ser narradora. Mas sempre gostei de futebol. Ocupar o posto que ocupo jamais passou pela minha cabeça", afirmou ao jornal "O Globo".
Há quatro anos, a narradora integrou a equipe do canal pago Fox Sports. Apesar da experiência de quase uma década, ela pontua as dificuldades para uma mulher narrar uma partida de futebol. "É muito importante pela representatividade. Quando eu me aventurei nesta área, não ouvia vozes femininas narrando futebol", acrescentou Renata, contratada pelo Sportv em 2020.
"Ainda é um desafio estar em um ambiente majoritariamente masculino. O caminho é árduo para as mulheres. Para dar conta, é preciso acreditar na sua capacidade e estar sempre muito bem preparada, estudar o dobro, porque sempre duvidam do potencial das mulheres no futebol", completou Renata, que planeja ampliar os projetos sociais de sua academia para 2023.