
Nesta segunda-feira (3), a cantora Claudia Leitte voltou a ser alvo de controvérsias ao se recusar a cantar a música "Caranguejo" durante o desfile de seu bloco Largadinho, no circuito Barra-Ondina, em Salvador. Segundo informações do Metrópoles, o pedido partiu do humorista Tirullipa, que estava no trio elétrico ao lado da artista. Diante da solicitação, Claudia respondeu prontamente: “Essa não, peça outra. Essa não quero, não. Deu problema, não estou afim.”
A canção "Caranguejo" já havia gerado polêmica anteriormente, quando Claudia Leitte alterou um trecho da música. Na versão original, a letra continha o verso “Joga flores no mar, saudando a rainha Iemanjá”. No entanto, a cantora modificou para “Joga flores no mar, só louvo meu rei Yeshua”, substituindo a referência à orixá Iemanjá por uma alusão a Jesus em hebraico.
A mudança provocou acusações de intolerância religiosa contra Claudia. O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) chegou a protocolar uma ação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) solicitando que a cantora fosse impedida de se apresentar no Carnaval de Salvador. Além disso, a Iyalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axé Abassá de Ogum, criticou a postura da artista, classificando-a como um desrespeito às tradições religiosas.

O episódio gerou debates intensos na internet. Alguns internautas criticaram Claudia Leitte, argumentando que ela se beneficia da cultura do axé, mas rejeita suas raízes. “Mas o dinheiro do Axé ela não abre mão de nenhum centavo. Demonizar as coisas ‘do mundo’ ok, mas abrir mão do conforto que esse mundo proporciona, jamais”, comentou um usuário.
Por outro lado, fãs defenderam a cantora, afirmando que ela tem direito de expressar sua fé e adaptar músicas conforme suas crenças. “Claudia sempre foi cristã e nunca escondeu isso. Querem censurar até a fé dela agora?”, escreveu outra pessoa.
A recusa de Claudia Leitte em cantar "Caranguejo" reforça o debate sobre a linha tênue entre liberdade religiosa e respeito às tradições culturais. O caso segue dividindo opiniões e levanta questionamentos sobre a influência da religião nas manifestações artísticas do Brasil.
