Nesta segunda-feira (23), o Tribunal de Justiça de Pernambuco emitiu a ordem de prisão contra o cantor Gusttavo Lima. O cantor está sendo acusado de ter facilitado a fuga de José André da Rocha Neto, proprietário da casa de apostas Vaidebet, e sua esposa, Aislla Rocha. Ambos têm mandados de prisão em aberto desde o início de setembro. Gusttavo Lima, por sua vez, estava na Grécia para comemorar seu aniversário de 35 anos.
A juíza responsável pela decisão fez duras críticas ao envolvimento do cantor - que recentemente se envolveu em uma polêmica ao publicar um vídeo do filho de sete anos dirigindo carro - afirmando que a relação de Gusttavo Lima com o casal e as movimentações financeiras suspeitas levantam sérias questões sobre sua participação nas atividades criminosas. "A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado", escreveu a magistrada.
Em entrevista para o "Brasil Urgente", da BAND, o advogado criminalista Yuri Sahione levantou críticas à decisão judicial. De acordo com Sahione, Gusttavo Lima não tinha obrigação de entregar o casal Rocha às autoridades, já que não se trata de um servidor público. "Ele não é um funcionário público, e ele não tem obrigação de entregar aquelas pessoas à prisão", afirmou.
Sahione ainda destacou que o mandado de prisão não poderia ser cumprido na Grécia, país onde o cantor estava durante o período da operação. O advogado explicou que não havia um pedido formal à Interpol, o que impossibilitaria o cumprimento do mandado fora do Brasil.
Outro ponto levantado por Yuri Sahione foi a falta de clareza na decisão judicial sobre as acusações de lavagem de dinheiro. Segundo o advogado, a Justiça não apresentou provas suficientes para caracterizar o envolvimento de Gusttavo Lima em crimes financeiros. "Existem outros elementos relacionados ao que ela chamou de envolvimento patrimonial de Gusttavo Lima com os sócios da VaideBet e outros investigados. O que não está claro na decisão é como isso configura lavagem de dinheiro", afirmou.
Para que a lavagem de dinheiro seja configurada, Sahione explicou que é necessário provar que o dinheiro tenha origem em atividades criminosas e que houve uma tentativa de ocultar esses recursos. "Não tem essa informação na ação. E, se é uma decisão que fundamenta prisão, ela deveria estar muito bem explicada na decisão. Se estamos com dificuldade para entender nesse momento, é porque a decisão está errada", concluiu o advogado.