[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a suicídio. Caso a matéria desperte gatilhos ou você conheça alguém que precise de ajuda, procure o Centro de Valorização à Vida, disponível 24 horas pelo telefone 188, ou o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) mais próximo]
A carta escrita por Rose Miriam para Gugu Liberato causou espanto entre aqueles que acompanham, já atônitos, o desenrolar da briga pela herança bilionária do apresentador. Ao longo de seis páginas, ela confessa saber da homossexualidade do parceiro e sugere "jejum" e "oração" para que ele se livre do que ela chama de "problema muito sério".
O advogado que representa Rose e as filhas, Marina e Sofia, divulgou, ainda nesta quinta-feira (22), uma nota oficial, onde confirma a veracidade da carta e expõe, também, detalhes do momento caótico vivido pela sua cliente durante o período em que foi escrita. Segundo o profissional, ela foi vazada de um dos autos do processo.
"Rose escreveu a referida carta com o coração, em desespero ao saber da traição e da bissexualidade do marido, que ela tanto amava, e porque queria também proteger os filhos. Ainda que imensamente abatida, ela encontra na fé e no seu amor por ele uma saída", diz o advogado.
Após a carta, Rose e Gugu teriam entrado em uma crise conjugal e uma das soluções encontradas foi que ela se mudasse para o Rio de Janeiro. Segundo o advogado da médica, é nesse contexto que surge o testamento de 2011, onde ela fica de fora da divisão de bens, e o documento, em que ela se afirma como uma mulher solteira e concorda que os dois estavam "ligados tão e somente como pais e, portanto, são responsáveis pelo bem-estar dos filhos".
"Ela assinou, conforme depoimento de médicos, sob efeito de medicamentos. Portanto, não estando no controle de suas funções mentais, tanto que o apresentador preferiu fazer depósitos para o sustento da família na conta do irmão dela, já que ela estava à base de remédios", diz o advogado.
Ainda segundo o advogado de Rose, foi nessa época que Rose enfrentou uma crise depressiva. Ela tentou suicidio e ficou internada no Hospital Albert Einstein. Esse momento turbulento, segundo o representante, ajudaria a provar a relação entre eles.
"Ele a visitava no hospital e se identificava na recepção como companheiro de Rose, conforme registros do próprio hospital", diz Nelson.
Após o quadro da médica se estabilizar, Rose e Gugu passaram a fazer terapia; segundo o advogado, o apresentador manifestou o desejo de "mudar seu comportamento". Em seguida, a família se mudou para Orlando, cidade onde, anos depois, aconteceria o acidente que tirou a vida do comunicador.
Para o advogado, o conteúdo da carta não enfraquece a luta de Rose pelo reconhecimento da união estável. "A legislação para reconhecimento de união estável é clara. A traição ou a ausência de sexo - o que não é o caso de Rose e Gugu - não são, por si só, elementos para desqualificar a união estável, senão as pessoas começam a trair só para 'escapar' de eventuais responsabilidades civis", diz Nelson.