O Carnaval de 2022 em São Paulo continua sendo uma possibilidade para muitos foliões que se sentiram prejudicados com o fim da festa de rua. Isso porque, para muitos, os desfiles das escolas de samba no Sambódromo do Anhembi, agora adiados para abril, não são o bastante para celebrar a data.
Muitos blocos passaram, então, a organizar festas privadas como forma de evitar que, mais uma vez, o Carnaval passasse em branco, e isso preocupa os órgãos públicos. Um desses cortejos, por exemplo, foi o Agrada Gregos, que vendeu ingressos para um total de três dias de festa. Há fotos do evento que mostram ambientes lotados, mas nenhuma máscara visível. A vigilância sanitária autuou a organização. As informações são do jornal "Folha de S.Paulo".
A situação é mais crítica porque, apesar da multa, o Agrada Gregos chegou a dizer que estava seguindo todos os protocolos de segurança. Agora, órgãos públicos querem aumentar as exigências para que eventos do tipo sejam permitidos. Vale lembrar que, por causa da pandemia, esse tipo de festa só podia receber 70% da capacidade máxima, tinha que garantir um distanciamento e precisava manter a máscara como item obrigatório.
"Estamos preocupados com as festas de Carnaval fechadas, algumas delas sem nenhum cuidado sanitário. Vamos estabelecer condições mais rígidas para que elas possam acontecer", afirmou Edson Aparecido, secretário municipal da Saúde em conversa com a publicação.
A preocupação das autoridades em relação às festas privadas não é à toa. Por muito menos, os desfiles no Sambódromo do Anhembi acabaram adiados para abril. Antes de a decisão acontecer, aliás, a Liga-SP, que representa as agremiações, chegou a propor soluções rígidas, regras que incluíam não apenas o uso da máscara em todos os componentes das escolas, mas também o desconto nas notas caso alguém estivesse usando o acessório incorretamente.
Para completar, cientistas que já se tornaram referência quando o assunto é Covid, como a infectologista Margareth Dalcolmo, afirmaram que, mesmo em ambiente aberto, como é o caso das avenidas do samba, e com o uso de máscara, seria impossível controlar a circulação do vírus. Esse cenário, portanto, torna-se bem mais grave quando o assunto é uma festa privada onde ninguém está usando a proteção.