Meses depois de uma polêmica envolvendo a Balenciaga, outra marca de moda se vê no centro de uma nova controvérsia no mundo fashion: a Zara retirou uma campanha do ar após ser alvo de uma campanha de boicote com a hashtag #BoycottZara.
Publicada nas redes sociais da fast-fashion no domingo (10) e estrelada pela modelo Kristen McMenamy, a série de fotos divulgava a linha Zara Atelier, sob o nome "Collection 04_The Jacket", e trazia manequins com alguns membros faltantes e envoltos em lençóis brancos em um fundo branco e cinza com entulhos, fragmentos de peças, sacos plásticos e pedaços de madeira.
Diante da evidência do conflito entre Israel e Palestina no cenário político internacional, vários internautas de diferentes países questionaram se as fotos traziam alguma alusão à guerra, uma vez que, pela tradição funerária Islâmica, os mortos são sepultados envoltos em lençóis brancos e, com o conflito, tal cena ficou ainda mais recorrente em território palestino.
A marca se posicionou através do Instagram, alegando que o projeto havia sido pensado em junho e fotografado em setembro, cerca de um mês antes da eclosão do conflito Israel-Palestina, em outubro.
"Zara lamenta o mal-entendido e reafirma seu mais profundo respeito por todos", destacou, sinalizando que havia retirado as imagens do ar. Veja a publicação completa na galeria da matéria!
Essa, no entanto, não é a primeira vez que a Zara se vê no centro de polêmicas: além de diferentes casos de racismo em lojas pelo Brasil e pelo mundo, em 2021, Vanessa Perilman, designer-chefe da marca, enviou mensagens ao modelo palestino Qaher Harhash e foi acusada de islamofobia.
"Talvez se o seu povo fosse educado, eles não explodiriam hospitais e escolas que Israel ajudou a pagar em Gaza (...) Também acho engraçado que [você] seja um modelo porque, na realidade, isso é contra aquilo em que a fé muçulmana acredita e se você saísse do armário em qualquer país muçulmano, seria apedrejado até a morte", dizia a mensagem atribuída a Perilman.
À época, a marca veio a público condenar a atitude, alegando que "não aceita qualquer falta de respeito a qualquer cultura, religião, país, raça ou crença". "A Zara é uma empresa diversificada e nunca toleraremos discriminação de qualquer tipo", indicava ainda o comunicado, que optou por não demitir a funcionária.