Sucesso como a sofrida Nice, a mulher do machista Agenor (Roberto Bonfim) da novela "Segundo Sol" , Kelzy Ecard afirma ao Purepeople ser abordada nas ruas por pessoas que passam pela mesma situação da sua personagem. E revela qual seria o melhor final para a sua personagem depois que expulsar, com ajuda de Maura (Nanda Costa) o machista de casa após uma séria briga, na qual é ameaçada pelo garçom. "Acho que ela não deve continuar vivendo essa situação, mas de que maneira será. Com ou sem ele, ou com outro amor. Tem gente que torce para ela arrumar um garotão bem lindo para ela desfilar na frente dele (Agenor)", entrega, aos risos.
A atriz conta também o que deseja para Nice, alvo constante de humilhações do marido, de quem chega a apanhar. "Torço muito para que ela ganhe independência, que ela seja dona do próprio nariz. Que ela nunca mais aceite nenhum tipo de destrato dele nem de ninguém. As relações sociais dela são muito amorosas, o problema é o Agenor", indica. "E não acho que pessoa nenhuma tem que o ouvir o que a Nice ouve dele. É uma tortura psicológica. Peço todos os dias que ela vire para ele diga: 'Tchau, não quero mais viver isso'", completa a carioca formada em Arquitetura. "Torço muito para que ela não enfraqueça diante das tomadas de decisões particulares. Dela assumir a profissão que tanto ama e ter essa independência. Agora o resto, o casamento ou um novo amor, eu realmente não sei. Não me adiantaram nada", diz.
Kelzy diz ainda que para ela o pai de Rosa (Letícia Colin) e Maura, ambas expulsas de casa por ele, vai passar por alguma mudança. "O Agenor não é muito confiável, né (risos). É toda uma vida para construir uma personalidade assim, mas conheço pessoas com mais 70 anos que tiveram transformações na vida por motivos mais variados. Ficamos achando que ninguém muda mais e só muda quem não quer. Pela história acredito que vai haver uma transformação no Agenor. Não sei de que maneira nem se será em relação a ela", crê a atriz que já integrou o elenco de filmes - entre eles, "O Casamento de Mário e Fia" (2012).
A ex-assistente de cenografia de programas como "TV Globinho" conta ser abordada por pessoas que têm na família alguém com as características de Agenor, o garçom de Cacau (Fabiula Nascimento) que já forjou arrependimento para ter o emprego de volta. "O que mais tenho recebido de retorno é de filhos e filhas que passam por situações semelhantes. Muita gente que diz que o personagem do Agenor foi escrito baseado na história do pai, ou alguém muito próximo", afirma citando o personagem capaz de rogar praga contra o próprio neto. "Também tem o retorno de mulheres que falam que viveram essa situação por muitos anos, ou alguns anos, e conseguiram se libertar. Por sorte a personagem criou uma espécie de empatia e as pessoas reconhecem nela uma história real e o que mais acontece é as pessoas dando força para ela", acrescenta Kelzy.
(Com apuração de Patrick Monteiro e texto de Guilherme Guidorizzi)