Se hoje Andressa Urach causa muito na internet com seus vídeos pornôs e a relação polêmica com o filho que gravava seus conteúdos, há anos atrás a situação era outra. Convertida pela igreja universal e casada com Thiago Lopes, a modelo pregava suas opiniões religiosas na internet e chegou a ser processada por isso.
Em 2020, Urach compartilhou uma imagem da modelo trans Viviany Beleboni em suas redes sociais com a legenda "O mundo tem afrontado Deus". Na foto, a artista interpretava a crucificação de Jesus Cristo na Parada do Orgulho LGBTQIAPN+ de São Paulo, simbolizando a violência contra os LGBT's ao longo da história.
"Você achou que essa conta não chegaria ao Brasil?! (...) O mundo tem estado muito mais podre que antes do dilúvio (...) Que Deus tenha misericórdia de nós", publicou Andressa Urach na época. Além da foto de Viviany, a modelo também destacou uma encenação de Jesus e Satanás em uma escola de samba e um cartaz do programa 'Porta dos Fundos'.
Se sentido ofendida com a exposição na conta de Andressa Urach, Viviany Beleboni abriu um processo de transfobia contra a atriz pornô. Inicialmente, a modelo pediu uma indenização por danos morais no valor de R$ 104,5 mil à namorada do ator adulto Lucas Ferraz.
Em sua defesa, Andressa Urach disse não ter ofendido a modelo e justificou que seu argumento foi estreitamente religioso: "Jesus Cristo crucificado é o símbolo máximo dos cristãos (...) [Viviany] ofendeu o ápice da sacralidade dos cristãos", disse.
O processo, que corre há anos na Justiça, teve sua primeira instância concluída em setembro de 2023, quando Urach foi condenada por transfobia. Apesar do valor pedido pela modelo, a Justiça entendeu que o justo seria uma indenização de R$ 30 mil.
"Ainda que não gostasse das representações artísticas, direito que ela tem, não podia agir de forma ofensiva contra uma parcela da população que não deve ser recriminada e ridicularizada, exposta falsamente como causadora dos males e de uma tragédia que vitimou milhares de brasileiros, tão somente por força de sua orientação sexual ou de gênero", justificou o juiz Fabio Pimenta na sentença.
Não satisfeita com o valor, Andressa Urach recorreu na Justiça e conseguiu derrubar o valor da indenização para R$ 15 mil, apesar de não ter escapado da condenação. De acordo com o colunista Rogério Gentile, do UOL, o desembargador Miguel Brandi, responsável pelo caso, ajuizou que "o valor é suficiente para cumprir seu aspecto pedagógico".