O ex-deputado federal David Miranda morreu aos 37 anos, um dia antes de seu aniversário, nesta terça-feira (9). O político estava internado há nove meses no CTI da Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, para tratamento contra uma infecção gastrointestinal. A doença progrediu para outras infecções até chegar ao quadro de infecção generalizada; recorde aqui outras mortes que abalaram o país neste ano.
O jornalista Glenn Greenwald usou suas redes sociais para comunicar a morte do marido. "É com enorme tristeza e pesar que eu anuncio o falecimento do meu marido. Ele faria 38 anos de idade amanhã. Seu falecimento nesta manhã vem depois de uma luta de nove meses no CTI. David passou em paz, cercado de nossos filhos, familiares e amigos", escreveu.
"As origens de David alimentaram muitas noções pré-concebidas naqueles que não o conheciam. Qualquer pessoa que o conheça atestaria que não há ninguém com tamanha força e tão cheio de vida. Teve muito orgulho de ter sido escolhido pela revista TIME como Líder da próxima geração", completou a respeito de David, o primeiro político homossexual a ser eleito vereador pelo Rio de Janeiro.
Jornalista e estrategista em Marketing, David Michel dos Santos Miranda nasceu em 10 de maio de 1985 no Rio de Janeiro e cresceu no Jacarezinho, Zona Norte do Rio. Aos cinco anos, perdeu a mãe e foi adotado por uma vizinha. Em 2016, foi eleito vereador pelo estado e em 2019 assumiu cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília, ocupando o lugar de Jean Wyllys.
David e Glenn se conheceram em 2005 e logo depois se casaram. Durante o relacionamento, adotaram três meninos, Marcelo, João Victor e Jonatas, a partir de 2017. Durante a trajetória política, David fez a coordenação da campanha por asilo político ao ex-agente da NSA Edward Snowden e chegou a coletar 1,5 milhão de assinaturas.
David firmou parceria com o coletivo Juntos: a Casa da Juventude, e foi coordenador de uma campanha contra a LGBTfobia. Posteriormente, questionou o papel da imprensa durante a crise que atingiu o governo da então presidente Dilma Rousseff em artigo publicado no jornal inglês "The Guardian". Após deixar o PSOL, onde ficou entre 2015 e 2022, se filiou ao PDT.