Lucas Penteado é mais um dos nomes confirmados como participante do "Big Brother Brasil 21". O ator está ao lado de Karol Conká, focada em levar o prêmio de R$ 1,5 milhão, Carla Diaz, cujo desejo era participar do reality show desde criança, Camilla de Lucas, que decidiu entrar na casa pensando no dinheiro, Pocah, que não medirá esforços para ser campeã, e Nego Di, que ficou famoso gravando áudios engraçados sobre o cotidiano que rodaram o WhatsApp, no grupo Camarote.
Aos 24 anos e dono de um currículo extenso – Lucas é cantor, poeta, MC, slammer, apresentador, diretor e dramaturgo –, o morador do bairro do Bixiga, em São Paulo, encontrou na arte a sua paixão. "Não me vejo trabalhando com nada que não seja ligado a isso", afirmou. O jovem interpretou Fio em "Malhação - Viva a Diferença", temporada vencedora de um Prêmio Emmy Internacional Kids.
O caminho foi longo, mas acompanhado de perto por duas figuras muito importantes. "Minha mãe e meu pai são sempre os guias. Ela é a minha melhor amiga e acreditou em mim desde o começo. Ele sempre ficou em cima para que eu estudasse e é meu verdadeiro herói. O meu maior sonho era fazê-los pararem de trabalhar e hoje isso se tornou realidade", disse Lucas.
Emocionado, Lucas avaliou a mudança que o programa pode representar na sua vida e contouy que o destino do prêmio de R$ 1,5 milhão já está traçado. "O principal, para mim, é comprar a casa da minha mãe", disse. "Significa muito comprar uma casa para ela não ter que viver de aluguel nunca mais", explicou o jovem, de 24 anos.
Perseverante, Lucas comentou que carrega uma espécie de slogan para encarar seus dias: "Tenho uma crença de que a vida não é apenas sobrevivência. A gente precisa ter acessibilidade a entretenimento, arte, esporte e cultura em geral".
Em 2015, Lucas era presidente do grêmio de uma escola pública em São Paulo e foi uma das vozes ativas durante as ocupações estudantis que marcaram aquele ano. Um dos jovens acompanhados pelo documentário Espero Tua (Re)volta, Lucas descobriu o que era slam – batalhas de poesia falada – durante as ocupações e encontrou mais um caminho para expressar sua paixão pelas rimas.
"Escrevi minha primeira poesia e, na época, foi avassaladora. Eram palavras que eu precisava falar e precisava me ouvir falando. Era sobre a minha mãe, o sistema social, a desigualdade de gênero e a falta de acessibilidade das mulheres para terem seus filhos", destacou.
Dentro do reality, Lucas acredita que um dos motivos que pode tirá-lo do sério é a deslegitimação da necessidade de movimentos sociais. "Eu nasci na periferia. A tentativa de me tirar do sério vem desde que eu nasci, na escola, na rua, no trabalho... Eu não vou ofender, mas vou falar sério e alto se for preciso, caso uma pessoa fale de vitimismo ou racismo inverso. Deslegitimar a luta étnico racial é ser racista, então a pessoa vai ouvir a desconstrução", adiantou.
Mas Lucas garante que não faz o tipo agressivo, pelo contrário. "Eu vou me divertir à beça. Sou alegre, o retrato da felicidade periférica", entregou. É que, segundo ele, a equação da vida pode ser resumida de forma bem simples: "A parte mais feliz da vida é a própria vida".
(Por Patrícia Dias)