Cézar é o novo milionário do Brasil. O estudante de Direito obteve 65% dos votos na final contra Amanda e levou o prêmio de R$ 1,5 milhão do "Big Brother Brasil 15". Em entrevista ao Purepeople, Pedro Bial avalia os méritos que levaram o paranaense à final e vitória do reality show. E mais: cita que Cézar, ao compor um personagem, usou até o próprio apresentador como inspiração! Confira:
Purepeople: Muitos acusam Cézar de não ter interagido com os demais participantes da casa, de ter feito o jogo do 'eu sozinho'. O que acha disso?
Pedro Bial: Essa avaliação não se sustenta diante de uma análise mais cuidadosa da atuação dele na casa. De fato, o Cézar entrou como um caipira um pouco estranho no ninho em um elenco totalmente urbano, exceto ele. De uma certa maneira, tentou se aproximar, mas não colou. O charme dele não funcionou lá pra dentro. Percebendo isso, passou a adotar um jogo, digamos, do 'eu sozinho'. No entanto, não teve nenhum voto dele que não tenha sido rigorosamente justificado.
Purepeople: Esse foi o principal mérito dele?
PB: Não. O que é admirável na trajetória dele é que o Cézar, se sentindo isolado, ou isolando-se, tanto faz, apostou em um jogo em que seu aliado seria o público. Apostou nisso às cegas, já que, nos cinco primeiros paredões, sequer foi votado. Ele não tinha como medir se aquele jogo estava dando certo. Quando ele passou a ir para o paredão e voltar, começou a ganhar confiança de que estava jogando certo.
Purepeople: Alguns participantes o acusaram de ser 'fake' ou, até mesmo, um robô, como disse Adrilles. Concorda?
PB: Cézar é um artifício criado por ele mesmo. No entanto, verdadeiro. Ele é aquilo mesmo. O Cézar pegou todos os clichês da história do 'BBB' e compôs um personagem. Ele, inclusive, me incluiu, no sentido da importância do discurso bem explanado e com gosto pela língua. Compôs algo totalmente original. Não dá para compará-lo com Bambam ou Fael. Ele é o Cézar. Pegou um monte de clichês, mas o que saiu dessa salada foi algo totalmente inédito. Esse foi o principal mérito dele.
Purepeople: Me corrija se eu estiver errado... Você não demonstrava uma certa inquietação com os longos discursos dele?
PB: A inquietação era uma exceção. É que às vezes ele só parava se você o parasse. E isso era preciso para ter uma igualdade entre os participantes. Ele não podia falar tão mais que os outros. Mas a regra era eu me divertir de montão e deixá-lo falar. Em alguns domingos, por exemplo, a gente deixava a volta do intervalo com o voto de Cézar (risos). Todo mundo já ficava esperando porque sabia que iria vir uma coisa desconcertante, com palavras inventadas.
Purepeople: Lembra de alguma situação específica?
PB: Teve um domingo em que o mandamos para o confessionário e fomos para os comerciais. Enquanto isso, os outros brothers ficaram na sala achando que o Cézar estava falando por 3,4 minutos (risos). Mas eu estava batendo papo com ele. Quando acabou o comercial, ele deu seu voto e foi para a sala. Aí os demais questionaram: 'o que você estava fazendo esse tempo todo lá?' E ele: 'estava batendo um papo estrambólico com o Bial' (risos).
Purepeople: E como você avalia a participação da Amanda? Quais foram os méritos que a levaram à final?
PB: A Amanda é paixão. Quando falamos do Cézar, é tudo muito cerebral. Já ela é puro coração derramado, paixão, amor, dor, luta por seu desejo de reconquistar o homem amado. Totalmente entregue às emoções, seus sentimentos, sem nenhum filtro racional. Essa final teve isso de bonito: a paixão se contrapondo à razão.
(Por Anderson Dezan)