Não adiantou ficar rico e cortar o cabelo. Segundo a coluna "Outro Canal", do jornal "Folha de S. Paulo" deste sábado (19), Ninho, personagem interpretado por Juliano Cazarré na novela "Amor à Vida", continua sendo rejeitado pelo público. Pesquisas de opinião realizadas pela TV Globo apontam que o público rejeita Ninho por considerá-lo "chato" e "vagabundo".
Com essa avaliação, o personagem foi perdendo espaço no folhetim do horário nobre. A proposta inicial do autor Walcyr Carrasco era formar um triângulo amoroso entre Ninho, Paloma (Paolla Oliveira) e Bruno (Malvino Salvador), mas isso não vingou desde o começo da trama. As mudanças no visual e nas atitudes do agora ex-hippie tinham como objetivo resgatar a ideia inicial da novela, mas, pelo visto, não surtiram efeito.
Em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal "O Globo", Juliano Cazarré já havia comentado a rejeição do público com seu personagem. "As pessoas estão certas ao terem essa reserva com Ninho. É difícil defendê-lo depois de tudo o que aconteceu. Mas acho curioso ver uma parcela que o rejeitou por causa do cabelo e do jeito, reforçando aquele estereótipo do riponga vagabundo. As pessoas mais educadas e ligadas ao que acontece no mundo não têm esse preconceito", alfinetou.
Para defender seu personagem, Juliano chegou a citar Gilberto Gil. "Ele já usou dreadlocks e é uma referência no mundo, por exemplo. Acho que se trata de uma parte do público careta, atrasada e desinformada", polemizou.
"Só vimos Ninho no ambiente dele no primeiro capítulo. De lá para cá, ele se tornou um peixe fora d'água. Ele é um cara explosivo, reage com força quando se sente ameaçado. Todas essas peculiaridades tornam o personagem difícil de ser feito".