'Família é Tudo' finalmente entra em sua reta final. A novela de Daniel Ortiz permanece no ar até o dia 27 de setembro, com reprise do último capítulo no sábado, 28. Nos últimos meses, a trama tem apresentado bons resultados, não satisfatórios como a Globo espera, porém, melhores do que a fria 'Fuzuê'.
'Família é Tudo' tem conquistado uma média de 22,8 pontos no Ibope, dois a mais do que nos meses iniciais. Pode-se perceber que o crescimento dos números se deve a um detalhe utilizado excessivamente na década de 90 e no início dos anos 2000: os descamisados.
Chicão (Gabriel Godoy ) e Ernesto (João Baldasserini ) são os maiores exemplos de bonitões que resolveram tirar a camisa para atrair os noveleiros. Em um dos capítulos recentes, os dois ficaram apenas de sunga para servir como modelos nas gravações dos primeiros clipes de Sheila (Mariana Armellini) e Andrômeda (Ramille).
A estratégia do "quase sem roupa" é referência das novelas das sete da década de 90. O autor Carlos Lombardi era campeão em abusar do recurso para aquecer a audiência. Marcos Pasquim, Humberto Martins e Marcello Novaes, por exemplo, esbanjavam sensualidade com seus corpos definidos em novelas como 'Uga Uga', 'Quatro por Quatro' e 'Kubanacan'.
Alexandre Frota também era considerado um delírio em 'Sassaricando', de 1987. No folhetim de Silvio de Abreu, o ex-marido de Claudia Raia usava regatas que marcavam seu corpo musculoso.
Mas há um porém, Daniel Ortiz não usa a técnica de forma gratuita, com medo de que o público rejeite a novela. Existe um contexto por trás de tudo. No caso, o irmão de Guto (Daniel Rangel) tirou as roupas porque viu sua vida mudar ao virar modelo de cuecas. Vale frisar que 'Fuzuê' aderiu à técnica, mas não segurou a audiência, traçada por uma trama insossa.