A Justiça recebeu um pedido favorável a Marcius Melhem em investigação criminal que envolve acusação de violência psicológica do ator e ex-diretor da Globo contra quatro mulheres. Em outra parte, no ano passado, a investigação transformou Melhem em réu na acusação de assédio sexual contra Dani Calabresa, rotulada de "vingativa" e "mentirosa" pelo humorista.
O Ministério Público do Rio solicitou o arquivamento da investigação. Ao se defender de acusação de assédio sexual, o ex-Globo postou 132 vídeos em suas redes sociais, porém passou a ser investigado por conta do conteúdo. O MP se debruçou sobre o caso e passou a analisar se as gravações apresentavam "comentários públicos constrangedores e desqualificadores das vítimas e testemunhas".
Isso poderia ter motivado manifestações de ódio contra quatro mulheres na web. As primeiras denúncias contra o ex-diretor vieram à tona no final de 2019 e em março seguinte ele acabou afastado da Globo, mas alegou ter se voltado aos cuidados da filha.
Só em outubro Melhem se pronunciou e negou ter assediado alguém. Posteriormente, o ator e humorista reuniu um grupo de conversas com Dani em sua defesa, e manteve, tempos mais tarde a afirmação de ser alvo de vingança. Por sua vez, a humorista alegou que "fingia que achava graça" do comportamento do colega de trabalho.
Segundo a colunista Monica Bergamo, da "Folha de S.Paulo" nesta quarta-feira (30), Fabíola Lovis, promotora do caso, entendeu que Melhem só se defendeu ao fazer as postagens. Para isso, recorreu a laudo de quatro peritas do próprio MP.
"A análise técnica apontou que o discurso das vítimas é sugestivo de 'combinação', apresentando, ainda, muitas contradições", escreveu, acrescentando que as postagens só foram feitas após o ex-Globo ser citado em entrevistas e em manifestos de apoio às vítimas.
O ex-diretor da emissora carioca foi ainda denunciado por "perseguição" e há medida cautelar protetiva contra ele.