Neste sábado (26), o nome de Cássia Kis , veterana demitida da TV Globo, voltou a ser alvo de polêmicas após o colunista Gabriel Vaquer, da Folha de S. Paulo, informar que a atriz, que já foi duramente criticada por Renata Sorrah, virou ré por um suposto crime de homofobia.
De acordo com a publicação, o Tribunal Regional Federal (TRF) acatou um pedido feito pelo Ministério Público (MP), em uma denúncia movida pelo coletivo Antra (Articulação Nacional dos Transgêneros) e pelo ator José de Abreu contra a atriz de 'Travessia', que pode ter que pagar uma multa de até R$ 1 milhão a depender do julgamento do caso.
Na ocasião que deu início à denúncia, Cássia Kis dava uma entrevista para Leda Nagle, mãe de Duda Nagle e ex-sogra de Sabrina Sato, quando fez duras críticas às relações homoafetivas, dizendo que estão "destruindo a família" tradicional.
"Não existe mais o homem e a mulher, mas mulher com mulher e homem com homem. Essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando, onde há inclusive um espaço chamado 'beijódromo' ou algo assim. O que está por trás disso? Destruir a família, sem dúvida nenhuma. E não só. Destruir a vida humana, na verdade, porque que eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?", disparou Cássia Kis.
Depois da notícia envolvendo Cássia Kis, que também foi envolvida em rumores de que iria para a Casa dos Artistas, José de Abreu, por sua vez envolvido em polêmicas com o ator Murilo Rosa, comemorou a decisão do TRF em tornar a atriz ré por suposto crime de homofobia.
Em entrevista à Caras, o famoso comentou: "O Brasil é o País que mais mata pessoas trans. E uma pessoa famosa como ela – na época, fazendo uma novela das nove, com destaque – fazer um pronunciamento transfóbico e homofóbico, estimula esse tipo de agressão".
José de Abreu citou a filha caçula Bia, que é uma mulher trans, ao revelar sua motivação por trás da denúncia: "No momento que eu vi a entrevista, imediatamente me deu medo, tenho medo da minha filha viver no Brasil. Por sorte do destino, ela foi estudar nos Estados Unidos. O tipo de escola que ela queria não tinha aqui, e ela foi para lá, se formou, arrumou emprego antes de terminar a faculdade e mora fora".
"[...] Então acho que foi uma atitude extremamente irresponsável da Cássia. O mais estranho ainda é quem vive num ambiente como a gente vive – de televisão, teatro, cinema –, onde LGBTQIA+ tem um percentual imenso de pessoas. A gente é cercado por gays, lésbicas, trans no nosso trabalho. E, por outro lado, ela demonstra uma ignorância muito grande nos novos estudos sobre sexualidade. Ela ainda continua com aquele pensamento binário do século 18, que homem usa azul e mulher usa rosa", disparou José de Abreu, em seguida.
Em outro trecho, o ator comemorou a decisão: "Já faz dois anos que nós entramos com três processos diferentes, e um deles, agora, o Ministério Público aceitou, mandou para o juiz, já tem o juiz determinado e ela vira ré. É o que me dá uma boa esperança de diminuir a homofobia. Fico satisfeito, mas vamos ver o que a justiça vai decidir. Mas é inominável o que ela fez, não se pode fazer isso", encerrou.