O ator e diretor José Celso Martinez morreu nesta quinta-feira (06) em decorrência do incêndio que tomou conta de seu apartamento, localizado na Zona Sul de São Paulo. O artista teve 53% do corpo atingido por queimaduras, permaneceu cerca de dois dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da capital paulista, mas não resistiu. No entanto, o gênio do teatro não foi a única pessoa da família a ser vítima de uma tragédia.
Em 1987, Zé Celso precisou lidar com o assassinato brutal do irmão caçula, o também diretor de teatro Luís Antônio Martinez Corrêa. No dia 23 de dezembro daquele ano, ele foi encontrado morto dentro de seu apartamento em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, com as mãos e os pés amarrados.
Luís Antônio foi alvo de 107 facadas e também foi estrangulado. Um videocassete, uma secretária eletrônica e uma grande quantidade de dinheiro foram levados do apartamento do ator, o que fez o crime ser configurado como latrocínio, roubo seguido de morte.
O crime foi atribuído ao surfista Gláucio Garcia de Arruda, identificado pelo porteiro como a última pessoa a entrar no apartamento de Luís antes do crime brutal, por volta de 14h30. Ele foi condenado a 20 anos de prisão por latrocínio.
No entanto, a sentença até hoje é questionada. Família e amigos acreditam, por conta da brutalidade do crime, que Luís tenha sido vítima de um crime de LGBTfobia.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Zé Celso revelou que o irmão estava com um projeto de encenar uma peça de teatro inspirada na personagem Lulu, do dramaturgo alemão Frank Wedekind. Uma triste coincidência marca essa história: ela morre assassinada a facadas pelo famoso Jack, o Estripador.
"Ele queria montar a peça porque desejava libertar Lulu dessa maldição. Ou seja, essa mulher absolutamente livre do começo do século foi presa, ficou coagulada nesse assassinato. E Luiz Antonio queria, com sua montagem, libertar esse mito. Mas aconteceu a mesma coisa com ele", disse Zé Celso, ao jornal.